Fique atento à varíola dos macacos e saiba como se proteger

A monkeypox, também chamada varíola do macaco, é contagiosa tratada como uma emergência pública de interesse internacional pela OMS, pois pode ser letal e se espalha rapidamente.
12/08/2022 12h40

Apesar de sua transmissibilidade não se comparar à covid-19 ou à catapora, a médica do SesoQVT, Karen Werberich, preocupa-se com a quantidade crescente de notificações de casos da varíola do macaco.

Para se ter uma ideia, no DF, segundo informes do Ministério da Saúde, o número de casos confirmados mais que quadruplicou em apenas nove dias, passando de 20 no final de julho para 93, em 10 de agosto. No Brasil, já passam de 2 mil casos confirmados, sendo que o primeiro foi identificado cerca de apenas dois meses atrás, em 8 de junho.

— É preciso reforçar que todos estamos sob risco de contrair a doença, independente do gênero, raça ou orientação sexual. A principal forma de contágio é através do contato com pele, mucosas e fluidos. Quanto maior o nível de intimidade e contato com o caso suspeito, somado ao tempo de exposição, maior a chance de transmissão. O ato sexual traz um maior risco de transmissão do que apenas sentar-se ao lado de uma pessoa infectada. Mas a transmissão também pode ocorrer por meio de contato com objetos contaminados e por meio de gotículas da via respiratória, se houver exposição prolongada — esclarece Karen.

Sobre a doença

A doença é antiga conhecida da medicina, desde 1970, e ainda endêmica em alguns países da África. A novidade é que ela está se espalhando pelo mundo, com um óbito já confirmado no Brasil. As lesões pelo corpo são altamente contagiosas e evoluem para pequenas feridas com crostas, similares à catapora, mas com a diferença que os gânglios ficam inchados na fase inicial da doença.

— O aparecimento de lesões isoladas em região genital, mesmo sem sintomas sistêmicos, como febre e dores musculares, também precisam ser testados para Monkeypox. Apesar da manifestação atípica da doença, tem sido comum no surto atual — alerta Karen.

O risco de sintomas mais graves e morte é maior em recém-nascidos, crianças de até 8 anos, naqueles com sistema imune comprometido, gestantes e aqueles que já apresentavam alguma doença na pele.

Na grande maioria dos casos, a doença tem evolução benigna e resolve-se sem tratamento específico. Entre as complicações a longo prazo, as sequelas mais comuns da doença são cicatrizes desfigurantes na pele e cegueira, em caso de lesões oculares, esclarece Karen.

Como se proteger

A prevenção é feita principalmente evitando o contato com pessoas positivas e seus itens pessoais, uma boa higiene das mãos e a redução dos parceiros sexuais, uma vez que os preservativos não impedem o contágio. Em casos suspeitos, recomenda-se o isolamento em cômodo separado, uso de máscara cirúrgica e uso de roupas que cubram mais a pele para evitar o contato direto com as lesões.

— Já existem vacinas aprovadas pelas agências regulatórias dos EUA, Europa e Canadá. A recomendação atual é que elas sejam ministradas apenas para potencializar a contenção da doença. O Brasil já iniciou tratativas para sua importação e há previsão das doses já chegarem até o início de setembro — informa Karen.

A recomendação da OMS para conter a disseminação da doença é a detecção e o isolamento precoce dos doentes até caírem as crostas, o que pode levar entre 2 a 4 semanas. Karen informa que a SES-DF e vários hospitais já possuem fluxo de atendimento para casos suspeitos. O exame para confirmação da doença está disponível tanto no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-DF), como em laboratórios particulares.

 

Fonte: Intranet do Senado Federal

Imagem: Freepik