Pressão alta e AVC têm tudo a ver

Exames rápidos de equilíbrio e musculatura podem ser feitos por qualquer pessoa num momento em que cada minuto é fundamental para preservar o tecido do cérebro
23/05/2024 17h30

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é o campeão em óbitos no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de AVC. Popularmente chamado derrame, é uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral. O comprometimento da oxigenação pode afetar a fala e a capacidade motora ou cognitiva, a depender da região atingida.

— Apesar do nome acidente, geralmente não é acidental um AVC isquêmico acontecer. Quando o tripé controle dos fatores de risco, alimentação e atividade física regular está em dia é muito improvável que ocorra — aconselha o neurologista Pedro Henrique Silva, da Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor no Senado (Coasas).

Segundo o médico, os fatores de risco para ocorrência do AVC são: hipertensão, diabetes, tabagismo, causas cardíacas e aumento dos triglicerídeos e colesterol no sangue.

O AVC isquêmico, que representa cerca de 85% das ocorrências, acontece quando a vascularização cerebral falha. Pode ser um coágulo ou obstrução do vaso por placas. Esse tipo, quando rapidamente detectado, tem grande condição de reversibilidade das seqüelas.

— O tempo é um fator fundamental quando se trata de AVC. Quanto mais cedo for atendido, melhor o resultado e menos seqüela o paciente vai ter. Vemos pacientes que chegam quase sem falar e saem em condições muito favoráveis — alerta.

O outro tipo de AVC, o hemorrágico, é bem mais raro e pode ser mais fatal, pois pode rapidamente levar a pessoa a coma. Decorre, na maior parte dos casos, de ruptura de pequenas artérias devido à hipertensão arterial. De forma secundária, a malformação vascular também pode causá-lo e, nesse caso, pode ter agregação de casos em uma mesma família.

— Quem tem casos de AVC hemorrágico em dois ou mais familiares de primeiro grau é bom investigar se tem aneurismas, pois essa condição dos vasos pode ser curada com um procedimento endovascular, não-cirúrgico — recomenda Pedro.

Socorro

Se uma pessoa começa a falar embolado ou repentinamente ter dificuldade para mover uma perna ao andar por exemplo, faça o teste: peça para a pessoa sorrir, estender os dois braços a 90° e falar uma sentença.

Se o sorriso sair só de um lado, um dos braços não levantar ou cair ou a fala sair embolada, ligue imediatamente para o Samu (192).

— Eles sabem os hospitais de referência para onde encaminhar e o tempo é fundamental para preservar o tecido cerebral — alerta Pedro.

Matéria extraída da intranet