Colo do útero

Vírus HPV é um dos grandes vilões do terceiro câncer que mais mata mulheres no Brasil.
25/04/2024 13h56

O câncer de colo uterino é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal. É a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. As informações são do Instituto Nacional de Câncer (INCA), que também aponta como a principal causa o Papilomavírus Humano (HPV, na sigla em inglês), uma infecção sexualmente transmissível (IST).

— O HPV é perigoso para ambos os sexos. Causa tumores nos genitais, ânus, boca e garganta. No sexo feminino o problema é maior, porque pode levar ao câncer de colo de útero, que tem muita importância epidemiológica devido à grande quantidade de casos — afirma Martinho de Albuquerque, médico da Coordenação de Atenção à Saúde do Servidor (Coasas).

Como são mais de 150 tipos de vírus, o médico afirma que muitas vezes a infecção não causa verrugas, seu sintoma mais visível. Os tipos mais graves, aqueles mais associados ao câncer, são diagnosticados por meio de exames. Assim, a maioria das pessoas adquire o vírus e de forma silenciosa. A estimativa do Ministério da Saúde é que nove a dez milhões de pessoas já sejam infectadas por HPV no Brasil.

Prevenção e controle

A melhor forma de prevenir e controlar o vírus é apostar no combo camisinha, exames e vacina, essa última mais eficaz quando tomada até 26 anos, conforme indicação da Sociedade Americana de Câncer.

— O preservativo é indispensável, mas não impede totalmente a infecção pelo HPV, já que o vírus pode estar presente em áreas não protegidas pela camisinha. Quanto ao Papanicolau, continua sendo o pilar principal do rastreamento do câncer de colo uterino. É um exame barato, de fácil execução e que demonstra alterações pré-malignas e, portanto, passíveis de tratamento — explica Martinho.

No SUS, a vacina é aplicada gratuitamente em meninos e meninas de 9 a 14 anos e em outras condições específicas, como pessoas com imunocomprometimento e vítimas de violência sexual, até 45 anos de idade.

— O cenário ideal é que a vacinação seja feita entre as crianças que ainda não tiveram contato com o vírus — aponta.

A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população elegível, mas os números estão abaixo do esperado no Brasil: apenas 57% de meninas vacinadas e, nos meninos, não chega a 40%.

Publicado pela intranet do Senado