Senadores lembram centenário da morte de Euclides da Cunha

Da Redação | 14/08/2009, 13h46

Os cem anos da morte de Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, entre outras obras, serão lembrados em Plenário, em homenagem na terça-feira (18), às 14h, no horário do expediente, que antecede as votações. O requerimento solicitando a homenagem ao escritor, falecido em 15 de agosto, foi apresentado pelo senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC).

Para o senador, Euclides da Cunha "foi em vida um dos maiores escritores brasileiros e que tão insignes serviços prestou ao país como chefe da delegação brasileiro-peruana que demarcou os limites entre o Brasil e o Peru, objeto do tratado firmado com esse fim em 1909". O escritor nasceu no dia 20 de janeiro de 1866 em Cantagalo, no Rio de Janeiro,

Publicada em 1902, a obra Os Sertões surgiu a partir da viagem que Euclides da Cunha fez a Canudos (BA), como colaborador do jornal A Província de São Paulo - atual O Estado de S. Paulo -, para escrever sobre operações realizadas pelo Exército com objetivo de sufocar a rebelião dos sertanejos liderada por Antônio Conselheiro.

Em Os Sertões, livro considerado de grande impacto para a época pela sua originalidade e estilo, o escritor critica o massacre dos moradores de Canudos a mando do recente governo republicano. Nessa obra, Euclides da Cunha contesta a versão de que o movimento de Canudos foi monarquista e político, destinado a atingir a república e restaurar a monarquia - tese em que ele próprio acreditou inicialmente. O escritor revela, no livro, a complexidade do sertão brasileiro e seus problemas socioeconômicos, numa linguagem repleta de inversões sintáticas e termos científicos.

Quando surgiu a insurreição de Canudos, em 1897, Euclides escreveu artigos que lhe valeram o convite do jornal para realizar reportagens na área do conflito. Apesar de não presenciar o fim da guerra de Canudos, o escritor reuniu material suficiente para escrever, durante cinco anos, Os Sertões, livro publicado em alemão, chinês, francês, inglês, dinamarquês, espanhol, holandês, italiano e sueco.

O escritor foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1903. Em 1904, foi nomeado chefe da comissão mista brasileiro-peruana de reconhecimento do Alto Purus, com objetivo de cooperar para a demarcação de limites entre os dois países. Essa experiência resultou em sua obra póstuma À Margem da História, onde denuncia a exploração dos seringueiros na floresta.

O escritor faleceu em 1909, aos 43 anos, assassinado por Dilermando de Assis, então amante de sua mulher, Ana. Euclides invadiu a casa de Dilermando armado, dizendo-se disposto a matar ou morrer, e Dilermando reagiu, matando o escritor. Julgado, Dilermando foi absolvido por ter agido em legítima defesa. Posteriormente, casou-se com Ana, união que durou 15 anos.

Abaixo, algumas das obras de Euclides da Cunha:

* 1902 - Os Sertões

* 1907 - Contrastes e Confrontos

* 1907 - Peru Versus Bolívia

* 1909 - À margem da história (póstumo)

* 1939 - Canudos (diário de uma expedição) (póstumo) - reeditado em 1967, sob o título Canudos e inéditos.

* 1960 - O rio Purus (póstumo)

* 1966 - Obra completa (póstumo)

*1975 - Caderneta de campo (póstumo)

*1976 - Um paraíso perdido (póstumo)

*1992 - Canudos e outros temas (póstumo)

*1997 - Correspondência de Euclides da Cunha (póstumo)

* 2000 - Diário de uma expedição (póstumo)

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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