Ideli: Programa de vacinação gratuita contra HPV custa R$ 1,8 bilhão, mas pode ser reduzido
Da Redação | 06/06/2007, 15h27
Liberada pela Anvisa, a vacina contra o papilomavírus humano (HPV), que chegou recentemente ao Brasil, custa, atualmente, entre R$ 1.500 a R$ 1.800, considerando-se as três doses necessárias, segundo informou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do bloco de apoio ao governo, e autora do projeto de lei (PLS 51/07) que institui a vacinação gratuita contra o HPV à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O preço de um programa de vacinação gratuita para o governo, que abrangesse uma população de meninas de 10 a 12 anos, segundo a senadora, está estimado hoje em R$ 1,8 bilhão, dado o custo elevado do produto.
- Mas, se a vacina for produzida no Brasil, sairá mais barato. Estamos estudando esse assunto e vamos continuar analisando - disse Ideli.
A vacina, explicou a senadora, é eficaz para mulheres na faixa de 9 a 26 anos.
O papiloma vírus humano, explicou Ideli, é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum entre todas. No Brasil, são registrados aproximadamente 137 mil casos por ano, na sua forma clínica que representa apenas 1% das infecções, estimada em 10 milhões a cada ano.
A vacina que está sendo aplicada no Brasil é uma vacina quadrivalente, que protege a mulher de quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18), sendo os dois primeiros associados a 90% das verrugas genitais e os últimos responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo uterino.
Em breve, o país receberá outra vacina, desenvolvida pela Glaxo, com cobertura para os tipos 16 e 18 (Vacina Bivalente contra o HPV, ou Cervarix no exterior). As duas, porém, conferem uma imunidade de praticamente 100% contra a evolução maligna das lesões causadas por esses subtipos de HPV relacionados com o câncer feminino, sustenta o responsável pelo Serviço de Vacinações do Fleury, o infectologista Jessé Reis Alves, acrescentando que quem mais se beneficia dessa proteção é a mulher que nunca se expôs ao vírus.
O vírus HPV
O HPV é um vírus transmitido por contato sexual que afeta a área genital tanto de homens como de mulheres e é uma família de vírus com mais de 80 tipos. Alguns deles causam apenas verrugas comuns no corpo, enquanto outros infectam a região genital, podendo ocasionar lesões que, se não tratadas, se transformam em câncer de colo de útero.
Uma das características desse vírus é que ele pode ficar instalado no corpo por muito tempo sem se manifestar, entrando em ação em determinadas situações, como na gravidez ou numa fase de estresse, quando a defesa do organismo fica abalada. A infecção pelo HPV não apresenta sintomas. A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum, segundo os especialistas, é ela não perceber qualquer alteração em seu corpo.
É comprovado que 99% das mulheres que têm câncer de colo uterino foram antes infectadas por esse vírus. Em seus estágios iniciais, as doenças causadas pelo HPV podem ser tratadas com sucesso em cerca de 90% dos casos, impedindo que a paciente tenha maiores complicações no futuro. A melhor arma contra o HPV, portanto, dizem os médicos, é a prevenção e se fazer o diagnóstico o quanto antes.
Exames
Para se detectar o HPV, há quatro tipos de exames que podem ser feitos: papanicolau ou preventivo; colposcopia; biópsia; e captura híbrida. O papanicolau é o mais comum e, embora não detecte o vírus, revela as alterações que ele pode causar nas células. Já a colposcopia é um exame feito por aparelho que aumenta o poder de visão do médico, permitindo identificar lesões.
A biópsia é a retirada de um pequeno pedaço de tecido para análise e a captura hídrica é um exame mais moderno para fazer o diagnóstico do HPV. Ele consegue diagnosticar a presença do vírus mesmo antes da paciente ter qualquer sintoma e é o único exame capaz de dizer com certeza se a infecção existe ou não.Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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