Paim: venda da Ipiranga não pode resultar em demissões

 Ao comentar a compra do grupo Ipiranga por Petrobras, Braskem e Ultra, o senador Paulo Paim (PT-RS) declarou em Plenário, na tarde desta segunda-feira (19), que a transação não pode resultar em demissões nem prejudicar o estado que ele representa, o Rio Grande do Sul. Mas, apesar de ressaltar a preocupação dos funcionários da Ipiranga, o parlamentar elogiou a Petrobras.

- Prefiro que a Ipiranga fique nas mãos da Petrobras do que nas de um grupo estrangeiro - afirmou ele.

A aquisição foi anunciada oficialmente nesta segunda-feira, em uma operação que envolveria o pagamento de cerca de US$ 4 bilhões por todas as ações do grupo Ipiranga. O senador disse que, segundo informações da Petrobras, o grupo Ultra assumirá a rede de distribuição de combustíveis da Ipiranga nas Regiões Sul e Sudeste; à Petrobras caberá a rede de distribuição nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além de 40% dos ativos do Grupo Ipiranga no setor de petroquímica; enquanto a Braskem deterá os outros 60% desses mesmos ativos e "reforçará" sua posição no controle da Companhia Petroquímica do Sul (Copesul). Já o controle da Refinaria Ipiranga,será igualmente dividido entre as três compradoras.

O parlamentar informou que a Ipiranga - à qual ele se referiu como "potência histórica do Rio Grande do Sul" - obteve no ano passado um lucro de R$ 533,8 milhões, valor que seria 3,1% superior ao registrado em 2005, "apesar das dificuldades enfrentadas na área de refino, pois o grupo não vinha conseguindo competir com a Petrobras".

Quanto à questão dos empregos, Paim relatou que o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas de Triunfo (RS), Carlos Eitor Rodrigues, manifestou sua preocupação quanto a possíveis demissões. Mas o parlamentar também se encontrou com representantes da Petrobras, que lhe garantiram que isso não ocorrerá.

- Esperamos que essa transação possa gerar novos postos de trabalho e mais arrecadação para o estado do Rio Grande do Sul - declarou Paim.

O senador anunciou ainda que já havia encaminhado à Comissão de Assuntos Sociais uma solicitação de audiência pública para tratar do assunto "e dirimir quaisquer dúvidas quanto a essa negociação".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)