Tião Viana diz que Lula agiu "com maturidade e determinação" na crise com a Bolívia
Da Redação | 03/05/2006, 19h20
O senador Tião Viana (PT-AC) leu e comentou nesta quarta-feira (3) a nota emitida pelo governo brasileiro relativa à decisão do governo da Bolívia de bloquear as operações de empresas estrangeiras, entre elas a Petrobras. Para o parlamentar acreano, o governo Luiz Inácio Lula da Silva agiu "com maturidade e determinação" ao reconhecer a soberania boliviana e, ao mesmo tempo, manter a defesa dos seus "interesses contratuais".
O senador disse acreditar que o Brasil mostrou, com esse posicionamento do governo, que é o líder da América Latina, sem necessitar usar a força ou o poder econômico, como aconteceria em geral na relação entre os países ricos e os demais.
A nota diz que "o governo brasileiro agirá com firmeza e tranqüilidade em todos os foros, no sentido de preservar os interesses da Petrobras, e levará adiante as negociações necessárias para garantir o relacionamento equilibrado e mutuamente proveitoso para os dois países".
- Não se resolve um conflito por soma zero, mas de modo satisfatório para os dois lados - comentou Tião Viana, citando o assessor-chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
O ponto de vista do parlamentar petista foi criticado pelo senador Gérson Camata (PMDB-ES), que disse preferir a política do big stick (porrete grande). O big stick foi ilustrado por seu criador, Theodore Roosevelt (25º presidente do Estados Unidos), com a frase "fale com suavidade e tenha na mão um grande porrete". Camata lembrou que o Brasil tem sido visto como "um país frouxo", por não reagir a agressões a suas fronteiras, como no caso da ação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O senador capixaba recordou sua descrença demonstrada há seis anos com a viabilidade do gasoduto e da estabilidade política da Bolívia.
O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) voltou a defender a tese de que a Bolívia não nacionalizou as reservas de petróleo e gás, pois a constituição daquele país já a previa. O governo boliviano teria, sim, expropriado o patrimônio da Petrobras.
- O Brasil está negociando de cócoras, por meio da liderança do presidente da Venezuela, Hugo Chavez - afirmou Antero, acrescentando que haveráaumento de preços do gás e quem vai pagar é o povo brasileiro.
Para o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que faz parte da base parlamentar do governo, é impressionante a "moderação" do administração Lula neste episódio. Ele criticou o presidente da Bolívia, Evo Morales, por ter agido de "forma pirotécnica".
Nacionalização da exploração do petróleo e do gás na Bolívia movimenta o Plenário
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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