Sub-relator vê comprovada a influência de petista em fundo de pensão

Da Redação | 24/01/2006, 00h00

O ex-diretor financeiro do Nucleos - Instituto de Seguridade Social, Gildasio Amado Filho, admitiu nesta terça-feira (24) ter recebido o representante da corretora ASM Asset Management, Fernando Barros Teixeira, atendendo a uma solicitação do ex-assessor da Casa Civil e ex-secretário de comunicação do PT, Marcelo Sereno. Na avaliação do deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA), a informação, fornecida durante depoimento da sub-relatoria de Fundos de Pensão da CPI Mista dos Correios, confirma a influência de Sereno no Nucleos.

Em seu depoimento, Gildasio Amado Filho reconheceu que o resultado financeiro de sua gestão em 2004 foi pífio, por ter ficado abaixo da meta estabelecida. Processado na Justiça pela atual diretoria do Nucleos, que o responsabiliza, juntamente com outros gestores, por perdas que podem chegar a R$ 39 milhões em investimentos realizados em dois anos, o ex-diretor financeiro negou que tenha tirado vantagem do cargo ou que tenha beneficiado alguém durante sua gestão.

Entre 2003 e 2005 o Nucleos teve perdas com títulos públicos em operações concentradas em duas corretoras. Do total do prejuízo, R$ 7 milhões seriam referentes a investimentos no Banco Santos, que sofreu intervenção do Banco Central em 2005.

O deputado Antônio Carlos Magalhães Neto também atribuiu os maus resultados dos investimentos do Nucleos ao ex-presidente do fundo, Paulo Figueiredo e à ex-gerente de investimentos, Fabiana Carnaval, que devem ser convocados a depor. Fabiana, indicada para o cargo por Figueiredo, foi demitida por Gildasio, quando foi descoberto o seu parentesco com o investidor Haroldo Pororoca.

Antes do depoimento de Gildásio Amado Filho, a CPI ouviu José Raphael Oliveira da Silva, atual diretor financeiro do Nucleos. Ele afirmou que a atual diretoria do fundo de pensão está procurando corrigir os erros da gestão anterior, mantendo um acompanhamento mais detalhado dos investimentos.

O Nucleos é o fundo de pensão dos funcionários das Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB); da Eletrobrás Termonuclear S.A. (Eletronuclear); da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep); e do próprio Nucleos.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)