LAURO CAMPOS CRITICA PROER E PROJETO SIVAM
Da Redação | 31/05/1999, 00h00
O Proer (programa de reestruturação do sistema financeiro) e o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) foram criticados nesta segunda-feira (dia 31) pelo senador Lauro Campos (PT-DF). Segundo o senador, o Proer, "criado num sábado à noite, aplicou mais de R$ 20 bilhões na salvação de 168 bancos falidos e não foi apenas um gesto desumano, mas também um ato de desprezo pelo social e um ato declarado de preferência pelos ricos".
Quanto ao Sivam, que prevê a vigilância da Amazônia por meio de radares, Lauro Campos lembrou que o projeto foi financiado pelo Eximbank com a obrigatoriedade contratual de que os equipamentos fossem adquiridos exclusivamente da empresa Raytheon. "Que concorrência é essa?", questionou.Segundo Campos, o professor Friedman, que é considerado o papa dos neoliberais e dos adeptos da globalização, declarou que os governos deveriam deixar os bancos quebrarem e que não deveria haver qualquer ajuda "para incompetentes". O senador observou, no entanto, que "os interesses que a CPI dos Bancos está revelando mostram que os seus alunos aqui no Brasil não fizeram o que o mestre ensinou para poderem repassar recursos do Tesouro para banqueiros".
O senador disse, ainda, que o sistema de agências reguladoras, independentes dos interesses dos setores que devem regulamentar e fiscalizar, idealizado por Sérgio Mota, é igual ao Banco Central "que não fiscaliza nada". Ele salientou que se existisse uma fiscalização eficiente não haveria fitas de conversas grampeadas. Para o senador, todo o processo de privatização está sob suspeita depois da divulgação das gravações de telefonemas entre o presidente da República e auxiliares.
Lauro Campos afirmou que o BNDES agiu com a "máxima impropriedade" quando utilizou o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) como fiador do grupo capitaneado pelo banco Opportunity. "O dono do Opportunity, Pérsio Arida, beneficiário da privatização, é marido de Helena Landau, que era a diretora responsável pelo programa de privatização no BNDES", lembrou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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