Dia Internacional das Mulheres tem ligação direta com o movimento operário — Rádio Senado

Dia Internacional das Mulheres tem ligação direta com o movimento operário

O Dia Internacional das Mulheres é celebrado em todo o mundo em 8 de março. Comemorada pela Organização das Nações Unidas pela primeira vez em 1975 e oficialmente adotada pela entidade em 1977, a data foi resultado de anos de luta por igualdade de gênero e contra qualquer tipo de violência e discriminação. No Brasil, essa resistência também ocorreu e ainda ocorre em diversas frentes, incluindo o Senado Federal, onde o assunto é permanentemente discutido e foi também lembrado nesta semana.

08/03/2024, 11h52 - ATUALIZADO EM 08/03/2024, 11h52
Duração de áudio: 03:50
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
O DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES É CELEBRADO EM TODO O MUNDO EM 8 DE MARÇO. COMEMORADA PELAS NAÇÕES UNIDAS PELA PRIMEIRA VEZ EM 1975 E OFICIALMENTE ADOTADA PELA ENTIDADE EM 1977, A DATA FOI RESULTADO DE ANOS DE LUTA POR IGUALDADE DE GÊNERO E CONTRA QUALQUER TIPO DE VIOLÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO. NO BRASIL, ESSA RESISTÊNCIA AINDA OCORRE EM DIVERSAS FRENTES, INCLUINDO NO SENADO FEDERAL, ONDE O ASSUNTO É PERMANENTEMENTE DISCUTIDO. QUEM CONTA MAIS DETALHES É O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS. Os primeiros movimentos femininos em busca de igualdade e melhores condições de vida estão ligados à questão operária, que ganhou projeção na época da Revolução Industrial. Já em 1848, há registros de organizações de mulheres nos Estados Unidos exigindo a implementação de direitos civis, sociais, políticos e religiosos. De lá para cá, diversas outras mobilizações, especialmente na Europa, fizeram com que a luta ganhasse projeção e alcançasse o reconhecimento em muitas partes do mundo. Isso aconteceu em especial no início do século XX. Em Nova Iorque, o Partido Socialista comemorou o dia nacional das mulheres em 28 de fevereiro de 1909, como uma homenagem a uma greve de trabalhadoras ocorrida no ano anterior, por melhores condições laborais. Em 1911, a data foi celebrada em alguns países europeus em 19 de março, em referência à revolução de 1848 e à Comuna de Paris. Naquela ocasião, as exigências de direito ao voto e a trabalhar no serviço público se somaram às demandas pelo fim da discriminação no ambiente de trabalho. Durante o período revolucionário russo, operárias se reuniram num protesto por "pão e paz" no último domingo de fevereiro de 1917. A manifestação, no calendário gregoriano, ainda não adotado pela Rússia naquele período, caiu no dia 8 de março. E a definição atual da data pela ONU está intimamente ligada a esse movimento. No Brasil, a luta contra a violência em suas diversas formas e a conquista de direitos e de maior presença feminina nos diversos espaços não foi muito diferente e exigiu muito embate por parte delas. Naturalmente, essa inquietação na base começou a ressoar nas instituições públicas e deu mais força à causa. Foi o que afirmou a senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins, na entrega do diploma Bertha Lutz a personalidades que se destacaram na defesa defesa dos direitos da mulher e das questões de gênero. Nenhuma conquista vem de graça, nenhuma conquista é fácil e nenhuma pode ser desprezada, porque ela é o passo necessário para que a gente consiga avançar em relação à nossa posição na sociedade brasileira e à nossa posição no mundo do trabalho, nas condições de educação. Opinião semelhante foi manifestadas por Lúcia Bessa, integrante do Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal, em audiência na Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. Os Parlamentos não fazem o que fazem como beneplácito para nós. Não é uma benesse que nós recebemos. O que nós recebemos, quando os projetos de lei são aprovados aqui nesta Casa, em matérias que são atinentes às mulheres, não é nada mais do que uma obrigação desta Casa e é uma conquista das mulheres que sofrem neste país. Aliás, uma das conquistas foi a criação de procuradorias da mulher nas diversas casas do poder legislativo. A ideia é dispor de um canal próprio de discussão das demandas femininas nos parlamentos dos três entes da federação. Mas a senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, manifestou preocupação com a continuidade desses espaços com a renovação dos mandatos nas eleições. Quando a gente chega a 2020, a gente teve a eleição municipal, então eu contei muito com Procuradorias, 2019 e 2020, que estavam sendo formadas. Com a eleição municipal, eu me deparei com a triste realidade: a nova Câmara não estava nem aí para a Procuradoria. E a gente vai ter isso agora em 2024. Em organizações da sociedade civil ou por meio de instituições públicas oficiais, a atuação das mulheres em defesa de seus direitos transformou as relações nos últimos anos e tem ainda muito o que conquistar. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.

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