Especialista alerta para os riscos à saúde causados pelo microplástico — Rádio Senado
Audiência pública

Especialista alerta para os riscos à saúde causados pelo microplástico

Durante debate na Comissão de Meio Ambiente (CMA), o editor do Atlas do Plástico e coordenador do programa de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll no Brasil, Marcelo Montenegro, alertou para os riscos à saúde que o microplástico pode causar. Ele citou estudos que detectaram produtos químicos originários do plástico capazes de causar câncer no sangue e na placenta de mulheres grávidas.

23/07/2021, 14h07 - ATUALIZADO EM 23/07/2021, 14h07
Duração de áudio: 02:11
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Transcrição
ESPECIALISTA OUVIDO PELA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE ALERTA PARA RISCO À SAÚDE CAUSADO PELA INGESTÃO DE RESÍDUOS PLÁSTICOS. EDITOR DO ATLAS DO PLÁSTICO AFIRMA QUE MICROPLÁSTICO CONTÉM ELEMENTOS CANCERÍGENOS E JÁ FOI ENCONTRADO EM PLACENTAS DE MULHERES GRÁVIDAS. REPORTAGEM DE REGINA PINHEIRO O plástico leva em média 400 anos para se decompor e seus resíduos podem contaminar a água e o solo. Durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente, o editor do Atlas do Plástico e coordenador do programa de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll no Brasil, Marcelo Montenegro, chamou atenção para o excesso de plástico produzido. Hoje nós estamos diante de um grande tsunami de plástico: um tsunami plástico que afeta a saúde humana Para se ter uma ideia – esses são dados de 2019 –, de 1950 até 2019, já foram produzidos mais de 10 bilhões de toneladas de plástico. Somente uma pequena parte foi reciclada. Se fossem colocados em balanças todos os seres humanos e animais juntos, eles pesariam em torno de 4 bilhões de toneladas, ou seja, o plástico pesa duas vezes e meia mais do que todos os animais e humanos juntos. Marcelo Montenegro alerta para o risco à saúde que os microplásticos, que são fragmentos com menos de 5mm, podem causar, inclusive para mulheres grávidas.   O microplástico também ameaça a nossa saúde. Uma pessoa pode ingerir até 5g de plástico por semana, algo como um cartão de crédito. Um risco físico por ser um corpo estranho, que não faz parte da nossa alimentação normal; um perigo químico, porque os produtos de plástico contêm elementos químicos, muitos deles tóxicos, alguns até cancerígenos. Tem um estudo do sangue de mulheres grávidas que já detectou uma média de 56 produtos químicos industriais diferentes, muitos deles originários de produtos de plástico, e cientistas da Itália identificaram, pela primeira vez, a presença de microplásticos em placentas de mulheres grávidas. Além do aumento da reciclagem para diminuir a contaminação, Marcelo Montenegro afirma que é preciso mudar a cultura do descartável, adotando embalagens retornáveis e fazendo com que o consumidor leve o seu próprio recipiente para os pontos de venda.

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