Rodrigo Pacheco faz apelo à ONU para que o Brasil tenha prioridade para receber vacinas

O senador mineiro expôs a situação dramática pela qual passa o país em razão da pandemia.
12/04/2021 16h22

BRASÍLIA - O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (Democratas-MG), conversou por telefone, nesta segunda-feira (12), com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e reiterou o pedido para que o Brasil se torne prioridade do consórcio internacional Covax Facility e haja a antecipação da entrega de vacinas contra a Covid-19. O senador mineiro expôs a situação dramática pela qual passa o país em razão da pandemia.

Pacheco relembrou os pedidos enviados à comunidade internacional, por meio de um ofício, no dia 25 de março. Segundo o senador, o secretário da entidade, que é português, disse que o Brasil é prioridade da ONU nesse atual estágio da pandemia.

Em conversa com Guterres, Pacheco destacou que a única forma de conter o avanço do vírus e existirem condições mínimas de debelar a crise no país, é acelerando a imunização de pelo menos um terço da população brasileira, o que corresponde a cerca de 100 milhões de doses dos imunizantes. O presidente do Senado lembrou ainda que o país tem conduzido negociações para a aquisição de diferentes imunizantes disponíveis no mercado internacional e também tem produzido vacinas internamente, por meio do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Contudo são iniciativas que têm encontrado obstáculos no caminho, com cronogramas e quantidades insuficientes no exterior e também a falta de insumos para o mercado interno.

“Eu fiz um apelo ao secretário-geral para que o país receba mais vacinas. Eu expus a ele a situação dramática em que vivemos nessa crise sanitária, que é a maior da nossa história, com dias em que ultrapassamos o número de 4.000 mortes em razão do coronavírus. Também lembrei a ele que o Brasil foi membro fundador da ONU e sempre participou com empenho das iniciativas internacionais de promoção da paz e de ajuda humanitária. Mas agora é quem precisa urgentemente de auxílio, com a possibilidade de ajuste no cronograma de entrega de vacinas do consórcio e de doses extras dos imunizantes que, posteriormente, seriam repostas com base na própria produção interna brasileira”, explicou.

No telefonema, o presidente do Congresso também se mostrou grato pelo envio, em março deste ano, das primeiras remessas de vacinas da Covax Facility ao Brasil, que foi fruto de iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), juntamente com os parceiros da Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI) e da Aliança Global de Vacinas (Gavi). “São quantidades importantes, que irão contribuir para o prosseguimento do Plano Nacional de Imunização (PNI), mas são quantidades insuficientes para reverter o quadro que vivemos e evitar os riscos a toda comunidade internacional”, ressaltou. Segundo o Ministério da Saúde (MS), até domingo (11), aproximadamente 10% da população brasileira havia recebido a primeira dose dos imunizantes. Ao mesmo tempo, foram registrados 13,4 milhões de casos da doença e 353.137 mortes.