Presidente do Congresso afirma: 'Nenhum extremo nos interessa'

No início da sessão, quando parlamentares começaram a gritar palavras de ordem contra e a favor do presidente Bolsonaro, se dividindo entre críticas e elogios, "fascista" e "mito", Rodrigo Pacheco deixou claro que o país precisa superar extremismos.
31/12/2020 00h00

Depois de o plenário se dividir entre 'fascista' e 'mito", Rodrigo Pacheco diz que país precisa superar extremismos

A sessão solene de abertura do ano legislativo no Congresso Nacional, realizada na tarde desta quarta-feira (3), serviu para, além de ser uma cerimônia que marca a inauguração dos trabalhos, sinalizar o tom que o presidente do Poder Legislativo, presidente recém-eleito do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (Democratas -MG), pretende imprimir na condução do Parlamento. E o recado de Pacheco foi claro.

Presidente do Congresso afirma: 'Nenhum extremo nos interessa'. Foto: Marcos Brandão

"Nenhum extremo nos interessa", afirmou.

No início da sessão, quando parlamentares começaram a gritar palavras de ordem contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro, se dividindo entre críticas e elogios, "fascista" e "mito", o presidente Rodrigo Pacheco deixou claro que o país precisa superar extremismos.

"Aprendi a fazer política em Minas Gerais, e a política mineira sempre foi de pacificação, de busca de união e de unidade, de respeito, de conciliação, de moderação, de equilíbrio e de muita racionalidade. A política não deve ser movida por arroubos do momento ou por radicalismos. Devemos superar os extremismos, que vemos surgirem de tempos em tempos, de um ou de outro lado, como se a vida tivesse um sentido só, uma mão única, uma única vertente" - defendeu Pacheco.

Ele disse que "é preciso fazer o melhor para a nação com coragem e firmeza".

"Precisamos ter coragem e firmeza para entregar ao povo brasileiro o que ele precisa, e não necessariamente o que esse ou aquele setor ou segmento entenda, ao sabor do momento, que seja o melhor para si ou mesmo para todos" - ressaltou o presidente do Congresso.

Rodrigo Pacheco ressaltou a importância de uma maior pacificação das instituições e a identificação de objetivos comuns, tanto do ponto de vista da saúde pública, quanto do ponto de vista econômico. Tornou a dizer que as prioridades à frente do Senado e do Congresso podem ser definidas em três pilares: saúde, desenvolvimento social e crescimento econômico.

Também deixou claro que é preciso cumprir o que determina a Lei Maior: "É a Constituição Federal que a todos limita e nivela. É um engano pensar e defender a independência dos poderes sem lutar pela preservação da harmonia entre eles".

O presidente do Congresso Nacional também falou sobre a pandemia e a necessidade de vacinação.

"Tratemos desse problema da forma que ele realmente se apresenta: uma questão de interesse da vida nacional, não de grupos específicos.Tenhamos cuidado com a sanha de buscar culpados a qualquer custo, como se a pandemia tivesse encontrado somente acertos em qualquer parte do mundo".

Rodrigo Pacheco afirmou, em seu discurso, que "é preciso compatibilizar o auxílio governamental aos mais carentes - que ainda é absolutamente necessário neste momento - com os princípios que norteiam a responsabilidade fiscal".

E finalizou com uma frase de Juscelino Kubitschek, "o maior político mineiro, quiçá de toda a História do Brasil".

"Creio na vitória final e inexorável do Brasil, como Nação”, disse JK. "E aqui, hoje, na Presidência do Congresso Nacional, eu afirmo que acredito vigorosamente no Brasil e peço a todos os brasileiros que tenham essa mesma crença", conclamou.