Senado aprova projetos que aprimoram eficácia da Lei Maria da Penha, avalia Renan

Nesta terça-feira (22), o Plenário do Senado aprovou o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 64/2015, que cria o Observatório da Mulher contra a Violência, e o PRS 65/2015, que confere ao Instituto DataSenado o papel de produzir análises e relatórios estatísticos para auxiliar as comissões permanentes da Casa na avaliação das políticas públicas do governo federal.
23/03/2016 10h55

Nesta terça-feira (22), o plenário do Senado aprovou o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 64/2015, que cria o Observatório da Mulher contra a Violência, e o PRS 65/2015, que confere ao Instituto DataSenado o papel de produzir análises e relatórios estatísticos para auxiliar as comissões permanentes da Casa na avaliação das políticas públicas do governo federal.

Senado aprova projetos que aprimoram eficácia da Lei Maria da Penha, avalia Renan. Foto: Jonas Pereira

Segundo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), os projetos, que seguem para promulgação, suprem uma deficiência da Lei Maria da Penha, que, no artigo 8º, exige uma Política Nacional de Dados de Violência Contra a Mulher.

“Em boa hora, a Senadora Simone Tebet apresentou uma proposta transformando o DataSenado, que atualmente é um serviço integrante da estrutura administrativa do Senado Federal e que há dez anos realiza pesquisa de opinião do interesse do Congresso Nacional junto à população brasileira. Todos sabem que uma das pesquisas que o DataSenado faz periodicamente é a que trata da violência doméstica e familiar contra a mulher. Com tal pesquisa, nós temos acompanhado, a cada dois anos, o nível de conhecimento e de eficácia da aplicação dessa importantíssima lei”, falou Renan.

Ao enfatizar que a criação do Observatório da Mulher e o aprimoramento do Instituto DataSenado não vão trazer despesas extras para o Legislativo, o presidente do Senado destacou que o Senado é “a instituição pública brasileira que mais avançou na transparência”.

“Eu queria dizer também que nós fazemos esse avanço sem acrescer um centavo sequer – mais uma vez cumprimento a Senadora Simone Tebet e a Senadora Regina – de despesa ao orçamento do Senado Federal. O Senado Federal vem diminuindo, ano a ano, as suas despesas, com absoluta transparência”, disse Renan.

Para a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), autora dos dois projetos, a aprovação das medidas vai permitir que o país tenha um banco de dados oficial. Ela argumenta que os números da violência contra a mulher no Brasil estão subestimados o que dificulta a formulação de políticas mais eficazes.

“A Lei Maria da Penha tem dez anos. Muito fizemos, mas não conseguimos ainda ter um banco de dados unificado e confiável no Brasil. E aí não conseguiremos nunca saber que caminho percorrer e qual atalho seguir para conseguirmos avançar nas políticas públicas que envolvam a violência contra a mulher”, afirmou a senadora.

Pílula do câncer

Na mesma sessão, os senadores aprovaram o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 3/2016, que autoriza pacientes com câncer a usarem a fosfoetanolamina sintética antes de seu registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pelo texto, o paciente deve apresentar laudo médico que comprove o diagnóstico e assinar termo de consentimento e responsabilidade.

O projeto autoriza a produção, importação, prescrição, posse ou uso da substância independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos acerca do produto. No entanto, restringe a produção, manufatura, importação, distribuição, prescrição e dispensação da substância aos agentes regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária competente.

A matéria foi encaminhada à sanção da presidente da República.