Renan vai pedir colaboração dos EUA para resgatar história sobre Golpe de 64

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que enviará carta ao Presidente do Senado norte-americano solicitando a colaboração do governo dos Estados Unidos no resgate da memória histórica do Brasil sobre o período dos governos militares.
20/03/2014 14h10

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que enviará carta ao Presidente do Senado norte-americano solicitando a colaboração do governo dos Estados Unidos no resgate da memória histórica do Brasil sobre o período do Golpe Militar de 1964. A decisão foi comunicada durante o discurso de abertura da exposição Onde a Esperança se Refugiou, alusiva aos 50 anos do golpe de 1964. A iniciativa foi aplaudida por senadores e convidados. “Tenho certeza que as autoridades americanas terão sensibilidade para cooperar com o Brasil nessa tarefa”, acrescentou Renan.

Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anuncia que vai pedir colaboração do governo dos Estados Unidos no resgate da memória histórica do Brasil sobre o Golpe Militar de 1964. Foto: Jane Araújo

O envio da carta ao Senado dos Estados Unidos norte-americano atende ao pedido, feito a Renan, pelos senadores da Comissão de Direitos Humanos, presidida pela senadora Ana Rita (PT-ES). Renan Calheiros destacou que “é  importante relembrar e discutir os anos de exceção que o Brasil viveu e, na medida do possível, buscar reparar os excessos cometidos.” O presidente do Senado explicou que o Congresso Nacional vem se empenhando nessa missão ao longo dos últimos anos e na atual legislatura, em particular.

Renan lembrou iniciativas, como a devolução dos mandatos dos parlamentares cassados, bem como a anulação da sessão do Congresso Nacional que declarou vaga a Presidência da República quando do mandato do Presidente João Goulart. “Fizemos questão de restituir simbolicamente esse mandato em sessão solene realizada aqui no Senado Federal. Dessa sessão, que contou com a presença da Presidenta Dilma Rousseff e do Vice-Presidente Michel Temer, foi publicado livreto comemorativo, que estará à disposição hoje e ao longo da exposição, num registro desse importante momento de resgate histórico brasileiro.”, lembrou Renan.

O presidente do Senado citou familiares do ex-presidente João Goulart, presentes na abertura da exposição “que participaram, com toda dignidade, de toda uma série de atos e gestos de restituição daquele período, dentre os quais fazemos especial referência à exumação dos restos mortais do ex-presidente e às tratativas junto ao Governo dos Estados Unidos para recuperar os documentos lá mantidos que dizem respeito ao período da ditadura no Brasil, de que trata, justamente, esta exposição multimídia.”

Os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Ana Amélia (PP-RS), Pedro Simon (Pedro Simon (PMDB-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Eduardo Suplicy (PT-SP), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP),  Ruben Figueiró (PSDB-MS), Ana Amélia (PP-RS), e a deputada Luiza Erundina (PSD-SP) participaram do evento. João Vicente Goulart, o filho do ex-presidente João Goulart, a diretora da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Amarilis Busch Tavares, e o Presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Lima Krischeke também assistiram a abertura.

A exposição, no Salão Negro do Senado Federal, oferece ao visitante um contexto nacional e internacional dos momentos históricos em que se estabeleceram as ditaduras na América Latina. O premiado documentário “Jango em Três Atos”, da TV Senado, faz parte da exposição.

 

Veja a íntegra do discurso de Renan Calheiros: