Renan minimiza desentendimento em Plenário e ressalta busca pela transparência e isenção

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comentou nesta sexta-feira (26), a discussão que manteve com a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) durante a sessão de julgamento do impeachment da presidente da República afastada, Dilma Rousseff.
26/08/2016 19h55

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comentou nesta sexta-feira (26), a discussão que manteve com a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) durante a sessão de julgamento do impeachment da presidente da República afastada, Dilma Rousseff. Logo depois de fazer uma intervenção em Plenário, pedindo aos senadores equilíbrio e tranquilidade na inquirição das testemunhas, o presidente do Senado ouviu provocações e reagiu, “Fiz um apelo ao bom senso, para o Senado desfazer essa imagem de que as pessoas vivem se agredindo, quando conclui a intervenção, fui provocado e apesar de exercitar todos os dias a tolerância, a temperança é difícil você escapar a uma provocação”, destacou.

Renan Calheiros lembrou que, como presidente do Senado, determinou que a Advocacia Geral da Casa entrasse como uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa de uma busca e apreensão realizada na casa da senadora Gleisi Hoffman, casada com Paulo Bernardo, ex-ministro das Comunicações do governo Dilma, que chegou a ser preso numa operação da Polícia Federal.

Na reclamação, os advogados alegaram que, por ser um imóvel de senador, a busca só poderia ter sido autorizada pelo STF e não pela Justiça de primeira instância. Na época, o presidente do Senado, Renan Calheiros, também questionou o indiciamento da senadora, feito a pedido da Polícia Federal. “O presidente do Senado tem que agir sempre do mesmo jeito. Agi nesse caso, da senadora Gleisi, como em todos os outros, no cumprimento do meu dever funcional de presidente do Senado.  A senadora Gleisi me agradeceu em plenário, o senador Lindberg Farias, me agradeceu. Vamos ter muita calma, calma e calma. Talvez seja o caso de nós, na tramitação do Código Penal, agravarmos a pena da ingratidão”, afirmou.

Renan Calheiros destacou, ainda, que há mais de nove meses vem conduzindo com equilíbrio e total transparência o processo de impeachment de Dilma Rousseff. O presidente do Senado lamentou a discussão, “Se há uma característica da qual eu me orgulho de ter é a de praticar diariamente a tolerância e a temperança. Toda vez que isso acontece comigo, eu arrependo bastante, tenho uma ressaca enorme. O presidente do Congresso Nacional, dentro de um processo político brutal como esse, chegar a véspera do julgamento sem indicar o que vai fazer, isso tira algumas pessoas do sério, eu não gosto de me explicar, gosto que as pessoas me interpretem, tenho procurado conduzir esse processo todo com isenção, com responsabilidade com equilíbrio e toda a vez que a circunstância me obriga a reagir como hoje de manhã, eu fico muito chateado”, salientou.

Renan também informou que o desentendimento não vai mudar seu voto, “o regimento do Senado resolve essa questão, se o presidente vai votar ou não”, disse.

Depoimento Dilma Rousseff

Sobre o depoimento de Dilma Rousseff, marcado para a próxima segunda-feira (29), o presidente do Senado, Renan Calheiros, informou que a presidente afastada apresentou uma relação de pessoas que vão acompanha-la. Renan afirmou esperar um clima mais tranquilo entre os senadores. “A minha expectativa com relação ao depoimento da presidente Dilma Rousseff é a melhor possível. Eu tenho certeza absoluta que nós vamos ter um Senado mais civilizado do que o que tivemos hoje”, encerrou.