Renan: Governo vai ter que cortar na carne

"Porque a sociedade está no limite. É preciso construir saídas", advertiu Renan.
08/07/2015 16h48

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a defender nesta quarta-feira (08) cortes profundos na máquina administrativa do Governo Federal e a repatriação de divisas como alternativa para fazer frente à crise.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a defender nesta quarta-feira (08) cortes profundos na máquina administrativa do Governo Federal e a repatriação de divisas como alternativa para fazer frente à crise.  Foto: Jonas Pereira

“Nós estamos preocupados com essa combinação na economia. Inflação alta e desemprego alto. Esta é a pior combinação que podemos ter. Não dá mais para aumentar impostos. O sacrifício dos trabalhadores já chegou no limite e o Congresso Nacional aceita que haja qualquer coisa nova, inclusive essa repatriação de capitais. Desde que se tenha regras claras, critérios de transparência, segurança e honestidade”, analisou Renan.

“A economia vive um momento dramático. Não há como relativizar a crise. E a sociedade está no limite, não tem mais jeito, o Governo vai ter que cortar na própria carne, que reduzir ministérios, cargos em comissão, que cortar despesas, é isso que o Senado novamente sugere. Temos de ter alternativas de buscar dinheiro novo e a primeira delas é repatriar capitais”, observou o presidente do Senado.

A repatriação de divisas está no Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 126 de 2015, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que é um dos integrantes da CPI do SwissLeaks em discussão na Comissão de Assuntos Econômicos. Para o presidente do Senado, o dinheiro repatriado será um aporte para criar o fundo de compensação aos estados que tiverem perdas com a unificação das alíquotas do Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Outra proposta para fazer frente à crise, feita pelo senador Romero Jucá (PMDB-RO) de reduzir a meta fiscal, a economia feita para o pagamento de juros da dívida pública, de 1,159% para 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB). “Essa mudança será inevitável. Mas agora é fundamental que nós criemos soluções para novas receitas que não sejam consequência de aumento de impostos. Porque a sociedade está no limite. É preciso construir saídas”, advertiu Renan.