Renan Calheiros mantém 15 minutos para oradores durante sessão do impeachment

Transcorridas mais de seis horas da sessão do Plenário do Senado que analisa a admissibilidade do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, um grupo de parlamentares solicitou ao presidente do Senado a redução do tempo de 15 minutos destinado a cada orador na tribuna.
11/05/2016 18h05

Transcorridas mais de seis horas da sessão do Plenário do Senado que analisa a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, um grupo de parlamentares solicitou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), a redução do tempo de 15 minutos destinado a cada orador na tribuna.

“Nós poderemos fazer tudo, mas apenas por decisão do Plenário. Eu já assumi muitas responsabilidades, mas eu, sinceramente, não gostaria de assumir a responsabilidade de atrasar ou adiantar o relógio da história”, argumentou Renan Calheiros ao conceder a palavra ao senador Valdir Raupp (PMDB-RO) para defesa do pedido.

“Já está se passando o dia e só falaram 16 Senadores. Nós temos ainda mais de 50, 53, se não me falha a memória, para falar. Vai amanhecer o dia. Muitos usaram 4 ou 5 minutos. Se todos fizessem isso não teria necessidade do requerimento, mas a maioria usa os 15 minutos, às vezes ultrapassando esse tempo. Então, acho que seria razoável que se pudesse aprovar, com todo respeito aos que ainda não falaram, aos que já usaram os 15 minutos, que se passasse para 5 a 10 minutos, no máximo”, justificou Raupp.

O senador Humberto Costa (PT-PE), disse que os senadores do bloco de apoio ao governo não concordavam com a proposta. Segundo o parlamentar, a redução do tempo implicaria em mudança no Regimento, o que só seria possível por meio de um acordo. Além disso, a medida prejudicaria os senadores que ainda não discursaram.

“Eu, por exemplo, escolhi me inscrever entre os últimos porque queria ouvir a fala de todos os senadores. Não é justo que agora, no meio do jogo, a regra mude, e eu, que poderia ter me inscrito entre os primeiros e falar por 15 minutos, agora seja obrigado a falar 10 ou 5 minutos”, discordou Humberto Costa.

Como não houve consenso, o presidente do Senado decidiu não submeter o requerimento à votação e afirmou que vai guardar o tempo que for necessário para que os senadores decidam, ainda hoje, sobre a continuidade do processo de impeachment contra a presidente da República.

“Nós estamos chegando a um impasse, esse impasse não interessa a ninguém e, portanto, é muito importante que nós tenhamos uma solução hoje, seja qual for a solução. E eu garantirei o espaço de cada Senador e de cada Senadora e queria repetir aqui: não cabe a mim nem adiantar, nem atrasar o relógio da história. Hoje, nós vamos ter uma decisão sobre a admissibilidade do impedimento da Senhora Presidente da República”, ponderou Renan.