Mães pedem a Renan que Brasil declare guerra ao narcotráfico
Representantes do Grupo Mães da Fronteira, de Mato Grosso do Sul, entregaram um documento nesta quarta-feira (25) ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O texto traz uma série de sugestões de alteração nas leis do país para combater o narcotráfico. Lilian Silvestrini e Angela Fernandes tomaram a iniciativa de estudar as propostas e trazê-las ao presidente Renan Calheiros depois que os filhos delas foram assassinados em agosto de 2012.
Leonardo Fernandes e Breno Silvestrini foram sequestrados, torturados e mortos porque os bandidos queriam o carro dos universitários para trocar por cocaína na Bolívia. “Eles (os bandidos) não têm medo, mas nós temos. A criminalidade se fortalece e a sociedade recua”, disse Angela.
Uma das propostas prevê a unificação física das diversas forças de atuação na fronteira como polícias e receitas federais e estaduais. A outra pede a declaração oficial de guerra contra o narcotráfico para abrir um estado de exceção. “As drogas já chegaram às aldeias indígenas em nosso estado (MS), estão nas fazendas, nos campos. Somos o maior corredor para as drogas que junto com elas levam a violência para o Brasil”, afirmou Lilian Silvestrini.
O presidente Renan Calheiros demonstrou uma grande preocupação com os fatos narrados pelas mães. “Essa é uma situação absurda que precisa ser enfrentada pelo Parlamento. São necessárias políticas diferenciadas e emergenciais para a fronteira. Tenho a exata cosnciência da dor de vocês e me coloco a disposição”, afirmou.
Renan Calheiros elencou a série de iniciativas que tomou desde que assumiu a Presidência do Senado para tratar do combate à violência, como a revisão do Código Penal, a instalação da comissão que estuda a Lei de Execução Penal e a recente instalação da comissão especial que irá levantar todos os projetos que tramitam no Senado Federal sobre segurança pública.
“Esta é a nossa oportunidade para avançar e priorizar ações sob pena de estarmos estimulando a violência por meio da omissão e da impunidade”, afirmou Renan.
O grupo veio acompanhado do senador Waldemir Moka (PMDB-MS) e dos deputados federais Fábio Trad (PMDB-MS) e Akira Otsubo (PMDB-MS).