Líderes sugerem agenda comum para votar Reforma Política

Renan convocou os líderes partidários do Senado para discutir as medidas do pacote anticorrupção anunciados pela presidente Dilma Rousseff e os projetos da Reforma Política, já em andamento no Senado Federal.
18/03/2015 17h55

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou os líderes partidários do Senado nesta quarta-feira (18), para discutir as medidas do pacote anticorrupção anunciados pela presidente Dilma Rousseff e os projetos da Reforma Política, já em andamento no Senado Federal.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou os líderes partidários do Senado nesta quarta-feira (18), para discutir as medidas do pacote anticorrupção anunciados pela presidente Dilma Rousseff. Foto: Jonas Pereira

Por mais de duas horas o Renan Calheiros ouviu de cada um dos líderes reflexões e sugestões de saída para a atual crise política e econômica. Foi consenso entre todos os senadores a necessidade de uma agenda comum com a Câmara dos Deputados para que os projetos aprovados na Casa possam efetivamente se tornar lei.

Por sugestão do senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o presidente Renan Calheiros irá procurar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para buscar um acordo que possibilite a votação das propostas aprovadas sobre a Reforma Política.

Os senadores lembraram que a maioria dos projetos aprovados no Senado em 2013, como resposta aos protestos da sociedade, está parada na Câmara. “Sempre defendi uma pauta expressa. Pelo fato de uma Casa ser a revisora da outra, há uma limitação uma em relação à outra. E sobre a Reforma Política, sem consenso não se avança”, avaliou Renan.

 

Anticorrupção

Os senadores avaliaram as medidas anunciadas pelo Executivo, chamada de Pacote Anticorrupção. “O Legislativo discute essas medidas há muito tempo. E agora a crise é jogada para o colo do Congresso para que nós tenhamos que resolver. Esse pacote trata a toda a classe política como se fossemos ladrões. Não podemos aceitar. A corrupção está no Governo, não no Congresso”, reagiu o senador Omar Aziz (PSD-AM).

O senador José Pimentel (PT-CE) esclareceu que o Executivo tinha ciência de que todos os projetos incluídos no pacote já haviam sido discutidos no Parlamento e que a escolha foi deliberada. “Boa parte é de matérias aprovadas no Senado, fruto das mais diversas forças políticas. Mas a Câmara não vota. Estamos orientando a base do governo para que o faça”, disse Pimentel.

Os senadores demonstraram preocupação com o rumo da crise e defenderam respostas rápidas do Legislativo à sociedade. “A situação é muito mais grave do que se pensa. Há um grande descrédito da população em relação à presidente e isso precisa ser discutido”, observou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), embora se considere que as medidas do pacote sejam limitadas, era o que se podia fazer. “Agora cabe ao Congresso ampliar e aperfeiçoar as propostas. Eu confio na liderança do presidente Renan Calheiros para conseguir um entendimento com a Câmara”, afirmou Costa.