Em reunião com Lula, Renan destaca papel histórico do Senado

Nesta terça-feira (26), o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi questionado pelos jornalistas sobre o encontro que teve com o ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, realizado na Residência Oficial do Senado, no início desta tarde.
26/04/2016 18h55

Nesta terça-feira (26), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi questionado pelos jornalistas sobre o encontro que teve com o ex-presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, realizado na Residência Oficial do Senado, no início desta tarde. Segundo Renan, Lula falou da experiência que teve como presidente da República, defendeu valores democráticos e disse estar preocupado com os desdobramentos do processo político.

“Lula disse acreditar no Brasil, alertou que o país é muito maior que as crises que atravessa e que pretende colaborar com saídas”, disse Renan.

Renan reforçou ao ex-presidente Lula o papel histórico do Senado Federal.

“Falei do meu esforço pessoal de ampliarmos a previsibilidade política e constitucional. Disse ainda que o Senado, ao final e ao cabo, vai julgar, o que seria uma decisão política, é claro. Mas uma decisão de mérito com relação a sabermos se a presidente Dilma Rousseff teria cometido o suposto crime de responsabilidade”, explicou Renan, que, ao reforçar o papel histórico do Senado, demonstrou a Lula a “inafastável posição pela isenção do presidente do Senado Federal”.

O presidente do Senado lembrou, ainda, que tem conversado com todos, tanto nos momentos bons quanto nos momentos ruins, e que vai continuar agindo dessa maneira.

“A democracia se fortalece com as conversas e, mais do que nunca, é preciso aprender que conversar não arranca pedaço”, explicou Renan.

Votação do parecer

Renan reiterou que, se aprovado o parecer de pedido de impeachment da presidente Dilma na comissão especial, terá até 48 horas para pautar a votação no Plenário. Calheiros  garantiu que vai agir dentro do prazo para resguardar a posição de isenção.

O presidente do Senado destacou que após a admissibilidade do processo de impeachment, vai transmitir a presidência do Senado para o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowisk.

“Caberá ao presidente do STF a condução de duas reuniões públicas. Uma delas pronunciará ou impronunciará a presidente da República, Dilma Rousseff, mas essa reunião acontecerá em mais ou menos 15 ou 20 dias da decisão final, que será uma decisão de mérito, pela qual o Senado Federal julgará se a presidente cometeu ou não o suposto crime de responsabilidade”, explicou.

Michel Temer

Renan Calheiros confirmou  que vai se encontrar amanhã (27) com o vice-presidente da República, Michel Temer. “Eu vou continuar conversando com todos. Conversar não arranca pedaços”.

“Eu hoje recebi os representantes dos movimentos e recebi os prefeitos. Amanhã eu vou conversar com o vice-presidente, Michel Temer, e, logo em seguida, com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves. O papel do presidente do Senado Federal é exatamente esse, conversar com todo mundo para, em todos os momentos, demonstrar isenção e responsabilidade com o país”, esclareceu Renan.

Dilma Rousseff

O presidente do Senado afirmou que a presidente da República pediu para recebê-lo no início da noite desta terça-feira.

“Todas as vezes que a presidente pedir para conversar comigo, eu conversarei com ela porque eu entendo que esse é exatamente meu papel, conversar e trabalhar para construir convergências com todos os atores dessa crise política. Pensando no Brasil e na possibilidade de se ampliar a previsibilidade política e constitucional. A cada dia, eu entendo que é preciso fazer muito mais nessa direção”, finalizou Renan.