Davi preside sessão de homenagem a 24 notáveis na luta pelos direitos humanos

Davi reconheceu o trabalho de 23 mulheres, 11 delas in memorian, que contribuíram para a defesa dos direitos humanos e questões de gênero no país ao presidir a sessão do Plenário destinada a entrega do Diploma Bertha Lutz.
26/03/2019 12h55

Nesta terça-feira (26), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Democratas-AP), reconheceu o trabalho de 23 mulheres, 11 delas in memorian, que contribuíram para a defesa dos direitos humanos e questões de gênero no país ao presidir a sessão do Plenário destinada a entrega do Diploma Bertha Lutz. Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente da Corte no biênio 2012-2014, também foi agraciado. Esta é 18ª edição do prêmio, que, em razão do Dia Internacional da Mulher, reconhece o trabalho de mulheres e homens.

Diploma Bertha Lutz

“Há 18 anos, portanto, temos a oportunidade de ir além do registro das lutas femininas, que sempre marca o mês de março, e celebrar as realizações de algumas mulheres notáveis, nesta ocasião, no dia de hoje, representando todas aquelas que, muitas vezes contra adversidades tornadas ainda mais pesadas pela condição imposta às mulheres, contribuem para tornar nossa sociedade mais justa, mais próspera, mais feliz”, afirmou Davi.

Entre as 11 homenageadas após a morte, estão a professora Heley de Abreu Silva Batista, que, em outubro de 2017, faleceu ao salvar 25 crianças vítimas do incêndio criminoso na creche da cidade de Janaúba – MG; e a vereadora Marielle Francisco da Silva, socióloga e feminista assassinada em março de 2018. Entre as demais, encontra-se Leilane Rafalel da Silva, conhecida por salvar o motorista de caminhão preso às ferragens após a queda do helicóptero com o jornalista Ricardo Boechat em fevereiro deste ano.

Chama a atenção o amplo leque de campos de atuação em que essas mulheres se destacam. Das artes ao esporte, passando pela política, pela academia, pelo direito entre tantas outras. Prova, minhas senhoras e meus senhores, de que as mulheres vêm ocupando, com cada vez mais sucesso, os espaços na luta feminina. Essa luta que foi iniciada, entre nós, por pioneiras como Bertha Lutz”, destacou o presidente do Senado ao lembrar a trajetória da deputada federal Bertha Lutz (1894-1976), que dá nome ao Diploma e é uma das precursoras do feminismo brasileiro.

Davi Alcolumbre aproveitou a sessão para agradecer e parabenizar a bancada feminina do Senado Federal, responsável pela escolha das homenageadas neste ano. Para o presidente, as parlamentares representam o desejo da sociedade brasileira de equilíbrio, de respeito às mulheres que lutam no dia a dia para construir uma sociedade mais justa.

“Temos 12 guerreiras e divido com cada agraciado, ministro Ayres Britto, e as agraciadas de hoje esse sentimento como presidente desta Casa. Digo a todos que nos acompanham pela imprensa, pelas redes sociais e aqui neste Plenário: temos muito orgulho da participação feminina, dessas guerreiras de vários cantos do Brasil que orgulham seus Estados e que defendem a República”, parabenizou o presidente do Senado.

 

Agraciadas:

Ana Benedita de Cerqueira e Silva (Tia Naninha), indicada pela Senadora Katia Abreu.
Natural de Natividade - TO, possui longa tradição familiar na produção artesanal de biscoitos, conhecidos nacionalmente como "Amor Perfeito". A fábrica de biscoitos faz parte do patrimônio histórico da sua cidade.

Delanira Pereira Gonçalves (Delaninha), indicada pela Senadora Soraya Thronicke.
Natural de Maracaju - MS, é reconhecida por sua bela e inesquecível voz. Cantando desde os 4 anos de idade, continua se apresentando em shows, programas de televisão e outros eventos.

Helena Barros Heluy, indicada pela Senadora Eliziane Gama.
Nascida em Barão de Grajaú - MA, é atualmente advogada e membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Luís - MA. Iniciou sua carreira política na juventude e exerceu mandatos como Vereadora (1997 a 2000) e Deputada Estadual (2001 a  2011).

Hermínia Maria Silveira Azoury, indicada pela Senadora Rose de Freitas.
Natural de Boa Nova - BA, é juíza titular da 9ª Vara Criminal de Vila Velha - ES e Coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado do Espirito Santo.

Iolanda Ferreira Lima, indicada pela Senadora Mailza Gomes.
Acreana de Manoel Urbano, foi a primeira mulher a governar um estado brasileiro, sendo responsável pela criação da primeira Delegacia especializada no atendimento à mulher.

Iracy Ribeiro Mangueira Marques, indicada pela Senadora Maria do Carmo Alves.
Natural de Aracaju - SE, atualmente é Juíza de Direito. Foi Delegada da Mulher da Polícia Civil de Sergipe, onde também coordenou o Centro de Atendimento a Grupos Vulneráveis.

Jaceguara Dantas da Silva, indicada pela Senadora Simone Tebet.
Natural de Guajará-mirim - RO, é Procuradora de Justiça do estado do Mato Grosso do Sul. Participa de campanhas em prol da concretização dos direitos fundamentais de mulheres, negros, pessoas com deficiência e população em situação de rua.

Laissa Polyanna da Silva Vasconcellos (Laissa Guerreira), indica pela Senadora Daniella Ribeiro.
Paraibana de Campina Grande, é ativista das causas das pessoas com deficiência, em especial de portadores de Atrofia Muscular Espinhal (AME). Atua na questão dos direitos das mulheres, lutando por uma sociedade mais justa e menos preconceituosa.

Leiliane Rafael da Silva, indicada pela Senadora Selma Arruda.
Nascida em Sertânia - PE, ficou nacionalmente conhecida por ajudar a salvar o motorista de caminhão preso às ferragens após a queda do helicóptero onde estava o jornalista Ricardo Boechat.

Marcia Abrahão Moura, indicada pela Senadora Leila Barros.
Carioca, professora da Universidade de Brasília (UnB) desde 1995, exerceu diversos cargos nessa instituição. Atualmente é Reitora da UnB, sendo a primeira mulher a exercer esse cargo.

Maria Gabriela Prado Manssur, indicada pela Senadora Mara Gabrilli.
Paulistana e Promotora de Justiça pelo estado de São Paulo, participa de diversas organizações que atuam no combate à violência contra a mulher. É idealizadora do projeto Movimento pela Mulher, que defende a corrida como forma de empoderamento feminino.

Maria Lucia Fattorelli, indicada pela Senadora Zenaide Maia.
Mineira de Belo Horizonte, foi a primeira mulher presidente do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal. Atualmente é Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, cumprindo importante papel para o empoderamento social, em especial das mulheres.

Ayres Britto, indicado pelas Senadoras da Bancada Feminina do Senado Federal.
Natural de Propriá - SE, Ayres Britto destacou-se como Ministro do Supremo Tribunal Federal, Corte que presidiu no biênio 2012-2014. Autor de importantes obras jurídicas, o ex-Ministro é membro da Academia Sergipana de Letras e também reconhecido como um excelente poeta.

 

In Memoriam:

Abigail Izquierdo Ferreira (Bibi Ferreira), indicada pela Senadora Simone Tebet.
Nascida na cidade do Rio de Janeiro, filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina Aída Izquierdo, foi apresentadora, atriz, cantora, compositora e diretora. Sua carreira totalizou mais de 90 anos. Faleceu em 13 de fevereiro de 2019.

Eudésia de Carvalho Vieira (Eudésia Vieira), indicada pela Senadora Daniella Ribeiro.
Natural de Santa Rita - PB. Foi professora, jornalista, poetisa, médica, historiadora e uma grande educadora. Merece destaque seu trabalho na Penitenciária Modelo de João Pessoa - PB, onde foi responsável pela criação de uma biblioteca e de uma oficina de marcenaria. Faleceu em 1981, aos 87 anos.

Fabiane Maria de Jesus, indicada pela Senadora Selma Arruda.
Carioca, vítima de fake news que a acusava de praticar rituais com crianças, foi brutalmente assassinada em 2014, no Guarujá - SP.

Helena Pereira da Silva (Helena Meirelles), indicada pela Senadora Soraya Thronicke.
Nascida em Campo Grande - MS, foi uma violeira, cantora e compositora brasileira, reconhecida mundialmente por seu talento como tocadora da denominada viola caipira. Faleceu em 2005.

Heley de Abreu Silva Batista, indicada pela Senadora Rose de Freitas.
Nascida em Montes Claros - MG, foi a professora e alfabetizadora que, em outubro de 2017, ganhou notoriedade ao salvar 25 crianças vítimas de um incêndio criminoso em uma creche na cidade de Janaúba - MG. A professora teve 90% do corpo queimado, o que a levou à morte.

Laélia Contreiras Agra de Alcântara, indicada pela Senadora Mailza Gomes.
Nascida em Salvador - BA, formou-se em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas do Rio de Janeiro. Foi Senadora e Secretária de Saúde pelo estado do Acre. Faleceu em 2005.

Leide Consuelo Quereza Moreira, indicada pela Senadora Mara Gabrilli.
Nascida em Franca - SP, foi acometida pela Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Escreveu três livros de poesia apenas com o movimento dos olhos, auxílio de colaboradores e de uma tabela visual. Faleceu em novembro de 2018.

Luzia Alzira Teixeira Soriano (Alzira Soriano), indicada pela Senadora Zenaide Maia.
Potiguar, natural de Jardim de Angicos, foi a primeira prefeita eleita no Brasil (Lajes-RN), em 1928, e a primeira mulher a governar uma cidade na América Latina, em uma época em que ainda não era permitido às mulheres sequer votar. Faleceu em 1963.

Margarida Lemos Gonçalves, indicada pela Senadora Katia Abreu.
Nascida em Vitória - ES. Foi missionária batista, educadora, oradora, conferencista e pesquisadora. Os anos dedicados à educação de muitas vidas a fizeram referência não só para o Tocantins, mas para todo o Brasil. Faleceu em 2012, aos 85 anos.

Maria Esther Andion Bueno, indicada pela Senadora Leila Barros.
Natural de São Paulo - SP, é considerada o maior nome feminino do tênis brasileiro. Foi eleita a melhor tenista da América Latina do Século XX. Faleceu em 2018.

Marielle Francisco da Silva (Marielle Franco), indica pela Senadora Eliziane Gama.
Nascida e crescida em uma favela do Complexo da Maré, subúrbio carioca, foi uma socióloga, política, feminista e defensora dos direitos humanos. Foi executada em 14 de março de 2018.


Flickr