Em mais de três décadas após a redemocratização, o Brasil experimentou avanços significativos, e hoje conta com instituições sólidas, liberdade de imprensa, eleições seguras e livres e uma sociedade que luta por seus direitos, cobra seus representantes e não aceita retrocessos.

É com essa disposição que a sociedade organizada e as instituições
enfrentam desafios, como a desigualdade social, índices preocupantes na educação, injustiça fiscal e outros. Na democracia, esses temas são tratados à mesa, com pluralidade e liberdade de opinião.

Mas essa lógica democrática foi posta à prova dois anos atrás. A tentativa de golpe de Estado, em 8 de janeiro de 2023, foi prontamente rechaçada por instituições oficiais e da sociedade civil e condenada por representantes de outros países. A reação rápida das autoridades, a mobilização popular e a defesa dos princípios constitucionais demonstraram a maturidade política do país.

Sabemos que a democracia, como sistema político, não é imune a crises. No entanto, sua capacidade de autorregulação e de resiliência foi fundamental para superar tal provação. Como salienta o cientista político, professor e pesquisador Fernando Abrucio, "a democracia não é apenas um regime político, mas um estilo de vida". Para ele, a participação cidadã é essencial para garantir que as instituições democráticas funcionem de forma eficaz.

E essa participação pode se manifestar de diversas formas: o voto consciente e informado, o engajamento em movimentos sociais, a participação em debates públicos e o exercício da liberdade de expressão são formas democráticas de influenciar nas decisões de uma nação.

É assim, incentivando a conscientização política, a postura cidadã e o engajamento crítico nos grandes debates, que nos somamos ao movimento nacional que lembra os dois anos do atentado à democracia no Brasil. Para que não se esqueça e para que não volte a acontecer.

Programa Interlegis, 27 anos de dedicação à democracia.