Renan instala comissão especial para acabar com supersalários no funcionalismo

O presidente do Senado instalou, nesta quinta (10), uma comissão especial formada por senadores que, no prazo de 20 dias, vai fazer um pente fino na folha de pagamentos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
10/11/2016 11h55

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), instalou, nesta quinta-feira (10), uma comissão especial formada por senadores que, no prazo de 20 dias, vai fazer um pente fino na folha de pagamentos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O objetivo é identificar servidores que estejam recebendo acima do teto constitucional que hoje é de R$33.763,00, valor do subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal. O presidente da comissão será o senador Otto Alencar (PSD-BA), Antonio Anastasia (PSDB-MG) será o vice e a relatoria ficará com a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que propôs a criação do colegiado.

Renan instala comissão especial para acabar com supersalários no funcionalismo. Foto: Jane de Araújo

No discurso de instalação da comissão, Renan Calheiros lembrou que os servidores do Senado já estão enquadrados no teto e considerou ser inadmissível a manutenção de supersalários num momento de profunda crise econômica.

“Para os agentes públicos, mais do que necessária, é vital aplicar o corte extrateto para ajudar as contas públicas saírem do atoleiro em que se encontram antes das evocações fáceis de novos impostos. Muito além da austeridade e de bom uso do dinheiro dos impostos, não há como tolerar regalia de qualquer ordem ou desperdícios. É inadmissível que, por falta de vigilância, existam agentes públicos que estejam ganhando mais de R$100 mil e até R$200 mil em salários nas estatais e em outras esferas públicas. Não é admissível, não é sensato. Não é justo com a saúde, não é justo com a educação, não é justo com a segurança pública.”, afirmou Renan.

O presidente do Senado observou que a comissão deverá propor medidas como a desvinculação do subsídio dos ministros de tribunais superiores para evitar o que chamou de “efeito cascata” sobretudo no orçamento dos estados. A regulamentação de benefícios como auxílio-moradia e outras indenizações também deverão ser analisados para que sejam incluídos no abate-teto.

“Não faz sentido algum aceitar contrabandos que, pelo acúmulo de benefícios, de funções ou vantagens pessoais, extrapolam o teto”, enfatizou Renan.

A relatora da comissão disse que vai conversar com a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, e com o presidente da República, Michel Temer, sobre o asssunto.

“Não é uma caça às bruxas. Não existe dinheiro do governo, existe dinheiro da população. Essa é uma grande lacuna no país que carece de regulamentação e que permite várias exorbitâncias e distorções”, concluiu a senadora.

A comissão será formada pelos seguintes senadores: Otto Alencar (PSD-BA), Kátia Abreu (PMDB-TO), Antonio Anstasia (PSDB-MG), Roberto Requião (PMDB-PR), Reguffe (sem partido-DF), Lasier Martins (PDT-RS), José Pimentel (PT-CE) e Magno Malta (PR-ES). Os líderes partidários poderão indicar outros membros até esta quinta.