Renan diz que confia no Judiciário e critica abuso da PGR

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou, na tarde desta terça-feira (7), que vai aguardar o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
07/06/2016 16h30

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou, na tarde desta terça-feira (7), que vai aguardar o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Renan voltou a dizer que não é hora de “aumentar a temperatura institucional” e alertou que o Senado não vai exacerbar dos limites estabelecidos pela Constituição.

“O Senado não é parte da crise, o Senado será solução para crise”, enfatizou.

Em Plenário, o presidente do Senado criticou o exagero da medida apresentada por Rodrigo Janot.

“Toda vez que há exagero, extravagancia, excessos, desproporcionalidade, abusos, expressões como democracia, Constituição, liberdade de expressão, liberdade de opinião, presunção de inocência, perdem prestígio e nós não vamos colaborar com isso”, protestou.

Em nota pública, divulgada, na manhã desta terça-feira, Renan Calheiros classificou o pedido de prisão feito pelo procurador-geral da República como uma medida “abusiva, desarrazoada e desproporcional”. O presidente do Senado lembrou que todas as instituições estão sujeitas ao sistema de freios e contrapesos e, portanto, ao controle de legalidade.

O parlamentar ressaltou que “o Senado Federal tem se comportado com a isenção que a crise exige e atento à estabilidade institucional do país.”  No texto, Renan Calheiros também reafirmou que confia no equilíbrio do Poder Judiciário e garantiu não ter interferido para paralisar qualquer investigação.

De acordo com a nota, Renan diz que “o presidente do Congresso Nacional reitera seu respeito à dignidade e autoridade do Supremo Tribunal Federal e a todas as instituições democráticas do País. O presidente do Senado está sereno e seguro de que a Nação pode seguir confiando nos Poderes da República. O presidente reafirma que não praticou nenhum ato concreto que pudesse ser interpretado como suposta tentativa de obstrução à Justiça, já que nunca agiu, nem agiria, para evitar a aplicação da lei”.

Durante a sessão do Plenário, o presidente do Senado lembrou ainda que os senadores não devem temer os excessos que cometem contra os parlamentares.

"A nossa preocupação deve ser quando cometem excessos contra a instituição porque aí não haverá quem corrija esses excessos”, disse Renan.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, salientou que os parlamentares têm a mais aberta compreensão da separação dos poderes.
“Mais do que nunca, é preciso exercitar a separação dos Poderes e aguardar com tranquilidade, com serenidade, com responsabilidade a decisão da suprema corte. Qualquer movimento que fizermos a mais parecerá que nós estamos danificando a separação dos Poderes, que é fundamental para o equilíbrio para esse momento dramático da vida nacional”, argumentou Renan.

“É preciso falar pelo silêncio e dizer para a imprensa que o meu silêncio será uma manifestação retumbante", finalizou Renan.