Renan Calheiros recebe visita do futuro diretor-geral da OMC

Secretaria de Imprensa da Presidência do Senado - Terça-feira, 21 de Maio de 2013
21/05/2013 00h00

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu em seu gabinete, na manhã desta terça-feira (20), a visita do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, que irá assumir a direção da Organização Mundial do Comércio (OMC), em setembro próximo. Azevêdo veio ao Senado em companhia de sua mulher, a também diplomata Maria Nazareth Farani Azevêdo, que é embaixadora junto à Organização das Nações Unidas em Genebra.

No encontro, do qual também participaram os senadores Inácio Arruda (PcdoB-CE), Ricardo Ferraço (PMDB-RJ), Francisco Dornelles (PP-RJ) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Roberto Azevêdo explicou aos senadores as articulações que leveram a êxito a sua candidatura à diretoria-geral da OMC. "Foi um conjunto de fatores positivos. O empenho de várias autoridades brasileiras aliado ao bom momento que vive o Brasil lá fora. Tenho muito orgulho do apoio que recebi. Sei que nada seria possível se o governo brasileiro não tivesse vestido a camisa da minha candidatura, não obstante saber que o apoio não foi tão somente institucional", relatou o diplomata.

De acordo com ele, a própria presidente da República, Dilma Rousseff, se empenhou para que ele fosse eleito diretor-geral da organização. "Fiquei muito emocionado com o apoio de todos, inclusive com a solidariedade da imprensa brasileira", confessou.

Roberto Azevêdo disse o papel dos representantes dos outros países componentes dos Brics (China, Índia, Rússia e África do Sul) foi também importante para a sua candidatura. "O trabalho deles foi determinante. Foram esssenciais na reta final das votações, que transcorrem em sete dias. No continente africano, por exemplo, conseguimos angariar 39 dos 42 votos. E os que não nos apoiaram tiveram razões próprias para fazê-lo, o que entendemos perfeitamente", explicou. O futuro diretor-geral disse que houve muita pressão dos Estados Unidos, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e dos países europeus contra a sua eleição. "Deram apoio ostensivo a favor da candidatura mexicana. O que eles não contavam foi com o trabalho de base. Muitos ainda conservam uma atitude arrogante de países ricos, sem dar atenção aos outros em pleno desenvolvimento", afirmou.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), concordou com o diplomata sobre a importância das articulações políticas para êxito de qualquer candidatura. "Creio que para obtermos vitória em qualquer eleição é imprescindível o diálogo para a união de forças e para que o consenso seja possível. São atitudes sem as quais, muito dificilmente, os objetivos serão alcançados", afirmou o presidente do Senado. Roberto Azevêdo disse ainda que o pleno funcionamento das instituições brasileiras também contou favoravelmente para a sua eleição. O futuro diretor-geral da OMC disse também que, muitas vezes, a população brasileira não se dá conta do prestígio político que o Brasil atualmente desfruta no panorama internacional. "De como é bem visto no exterior", disse. Roberto Azevêdo ressaltou que o pleno funcionamento das instituições brasileiras também foi muito importante para a vitória de seu nome.

"Agora é pensar nos desafios que temos pela frente", afirmou o diplomata. Ele ressaltou que o desbloqueio da Rodada Doha para a liberalização do comércio mundial não será fácil. Segundo ele, a OMC atravessa um momento crítico por causa da paralisação das negociações e que não há mais tempo a perder. Uma das alternativas para vencer os entraves, disse, será a ampliação das conversações bilaterais, como por exemplo, discutir a guerra cambial já denunciada pelo Brasil. Segundo ele, outro ponto nevrálgico do comércio internacional é a questão dos subsídios, principalmente, na agricultura. O declínio da competitividade dos países ricos leva à resistência em liberar as importações. "Esses são apenas algumas das dificuldades que teremos de enfrentar a partir de setembro", adiantou.

O futuro diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo comunicou ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que estará de volta ao Senado na próxima quinta-feira (23), às 10h, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, quando estará a disposição dos senadores para discutir problemas do comércio internacional. "O papel do Congresso Nacional é importante na definição da política internacional brasileira. Por isso virei para ouvir e para explanar o que for possível", afirmou.

 

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