Discurso do Dia Mundial do Autismo

Terça-feira, 2 de Abril de 2013
02/04/2013 00h00

Hoje, 2 de abril, foi escolhido pela Organização das Nações Unidas como o Dia Mundial do Autismo. Essas datas especiais são momentos oportunos para reflexões sobre os assuntos abordados. São ocasiões para nos concientizar dos problemas enfrentados por segmentos da população e ainda para repensar posturas, preconceitos e, ainda, firmar propósitos de contribuir para minimizar sofrimentos de muitos.

Em todo o mundo, cerca de 70 milhões de pessoas de todas as classes sociais e etnias são afetadas pelo autismo. No Brasil, estima-se a existência de um milhão de portadores do espectro. A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, instituída no final do ano passado com a Lei 12.764, reconhece a necessidade de atenção especial com essa parcela da população

A legislação sobre o autismo prevê vários benefícios para esses indivíduos, tais como o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo diagnóstico precoce; atendimento multiprofissional; acesso à educação, ao ensino profissionalizante; e ao mercado de trabalho.


Entretanto, nenhuma norma será suficiente se não conseguirmos mudar a concepção que muitos fazem do autismo. Um dos mitos recorrentes é que a pessoa autista vive em seu mundo próprio, sem condições de interagir com o próximo e distante da realidade que o cerca. Outro é que o autista não sabe comunicar seus sentimentos e que é incapaz de manifestar afeto. Muitas vezes é o ambiente que não proporciona a eles o devido estímulo ou as nossas próprias limitações que nos impedem de buscar neles a possibilidade da comunicação, fonte primária dos vínculos afetivos.

Assim, nesse dia especial, cientes que o autismo é questão de saúde pública, pelo número de pessoas que atinge e pelas nossas dificuldades em lidar com o espectro, quero felicitar todos aqueles que conseguem ultrapassar as diversas barreiras que impedem a interação com os autistas, e que dedicam seus esforços para proporcionar uma vida mais digna aos afetados e aos seus familiares, e, consequentemente, tornando o nosso país mais humano e melhor.