19/08/2024

Pesquisa DataSenado revela o que pensa o brasileiro sobre Fake News

O Instituto de Pesquisa DataSenado divulgou resultados da 21ª edição da pesquisa Panorama Político com informações sobre como as notícias falsas e a polarização política podem impactar as eleições no Brasil. A pesquisa, realizada entre 5 e 28 de junho de 2024, ouviu 21.808 brasileiros de todas as regiões do país e oferece um panorama atualizado sobre temas cruciais para o futuro democrático do Brasil.

 

Os dados mostram que 72% dos usuários de redes sociais – o que equivale a 67% da população com 16 anos ou mais – já viram notícias que desconfiam serem falsas nos últimos seis meses. Esse número revela o alcance da crescente desinformação às vésperas das eleições municipais de 2024.

 

Quando perguntados sobre qual seria o motivo para a disseminação das chamadas Fake News, 31% acham que quem compartilha esse tipo de notícia quer mudar a opinião dos outros. Já outros 30%, acreditam que as notícias falsas são compartilhadas por desconhecimento sobre sua veracidade.

 

Ao serem questionados sobre o nível de dificuldade para identificar se uma notícia é falsa ou não, a metade dos respondentes afirmaram considerar difícil. Os eleitores de Sergipe, Maranhão e Rio Grande do Norte são os que mais dificuldade dizem ter. Já Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo têm eleitores que consideram fácil separar notícia falsa da verdadeira.

 

Além disso, a pesquisa destaca outra preocupação: 81% dos entrevistados acreditam que a disseminação de notícias falsas pode impactar "Muito" os resultados das eleições. Essa percepção coloca em evidência a necessidade de medidas mais rigorosas para garantir que o processo eleitoral seja justo e livre de interferências indevidas, como o Projeto de Lei das Fake News (PL nº 2.630, de 2020) ou a recente regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições deste ano.

 

Quase oito em cada dez brasileiros (78%) consideram "Muito importante" o controle das notícias falsas nas redes sociais para assegurar uma competição justa entre os candidatos. Este dado confere amplo respaldo da opinião pública para que desembargadores e juízes eleitorais de cada município possam cumprir de forma resoluta a regulamentação do TSE.

 

Outro ponto importante levantado pela pesquisa é a percepção sobre a responsabilidade das plataformas de redes sociais neste enfrentamento. A ampla maioria da população (81%) acredita que essas empresas devem ser responsáveis por impedir a disseminação de notícias falsas, sugerindo que o público apoia o uso de filtros, moderação e políticas de uso sobre o conteúdo que circula nessas plataformas.

 

O estudo também investigou o tema polarização política no país. Embora a polarização seja uma realidade, com 29% dos brasileiros se identificando como de direita e 15% como de esquerda, a pesquisa revela que 40% da população não se alinha a nenhuma das principais correntes políticas enquanto 11% se declaram de centro. Esse dado mostra que, apesar da existência de posições políticas extremas, a maioria dos brasileiros prefere uma postura mais moderada ou não se identifica com os rótulos tradicionais.

 

No entanto, a polarização afeta a forma como as pessoas percebem o papel das redes sociais, com aqueles que se identificam à esquerda sendo mais favoráveis (95%) à responsabilização das plataformas do que os que se identificam à direita (65%), ainda assim uma medida com amplo apoio em todos os posicionamentos políticos.

 

Por fim, a pesquisa revelou que um terço dos brasileiros está insatisfeito com a democracia, enquanto 66% ainda acreditam que a democracia é sempre a melhor forma de governo. Este resultado ressalta a importância de fortalecer as instituições democráticas, garantindo que o processo eleitoral seja transparente e justo, para restaurar a confiança da população no sistema político.

 

O Instituto de Pesquisa DataSenado está comprometido em divulgar esses dados para informar e orientar políticas públicas que respondam aos desafios apontados pela pesquisa. A participação de todos é essencial para construirmos um Brasil mais justo, informado e democrático.

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