Impactos da pandemia na Educação
A desigualdade brasileira no ensino irá piorar após a pandemia, afetando mais ainda quem já estava em desvantagem econômica e social antes da crise sanitária. Este foi um aspectos analisados em estudo publicado no segundo trimestre deste ano pelo IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
O impacto se deu especialmente por conta da educação a distância em escolas públicas, onde os alunos normalmente não possuem os mesmos recursos dos estudantes do ensino privado. As principais políticas públicas para educação básica e superior em 2019 e 2020 também foram analisadas no estudo.
A pesquisa revelou diferenças entre gerações de professores no uso de computadores e da internet, e a falta de infraestrutura na residência de alunos da rede pública.
O "Educação Federal” conversou sobre a pesquisa com o economista Milko Matijascic, um dos responsáveis pelo estudo do IPEA.
“Foi preciso manter as crianças afastadas e as escolas fechadas, mas sem um planejamento prévio maior “, afirmou Matijascic.
O economista destacou que, ao contrário do que as pessoas em geral pensam, é uma tarefa complexa transpor o ensino presencial para o formato a distância, exigindo muito empenho e capacidade do professor além das plataformas específicas de ensino online.
“A maior dificuldade foi para os alunos. Uma parte muito pequena está preparada, com internet, mas a ampla maioria das pessoas mais pobres não possui acesso à internet banda larga, nem espaço adaptado para o ensino em casa”, explicou Matijascic.
O economista apresentou uma previsão pessimista quanto aos próximos exames de avaliação do ensino no Brasil, acreditando que haverá uma regressão nos índices de aprendizado.
Acompanhe a íntegra da entrevista aqui.
Créditos: Foto alunos - Prefeitura de Tangará da Serra/MT/Foto economista - Divulgação Anep