Workshop "Relações político-econômicas: EUA-China-Japão-América Latina”

14/03/2023 13h12

A relação entre a China e a América Latina e o Caribe (ALC) tem crescido de forma exponencial nas dimensões política, social, diplomática e até militar. Mas o campo econômico é provavelmente o mais visível internacionalmente, com o comércio e os investimentos ganhando um simbolismo central no que muitos consideram uma transformação paradigmática no contexto de uma nova ordem econômica global. Os canais multilaterais que também têm impulsionado esse relacionamento incluem a “Iniciativa do Cinturão e Rota” (BRI), o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), criado pelos países do BRICS.

A China é o segundo maior parceiro comercial da América Latina depois dos EUA, por conta da relação comercial deste com o México no âmbito do USMCA, o Nafta renovado. Ainda assim, para a maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil, a maior economia da região, os chineses já são os principais parceiros comerciais há anos. Segundo dados do FMI, o comércio total da China com a América Latina em 2021 foi de mais de US$ 420 bilhões. Isso representou um salto de cerca de 41% anual, com importações e exportações recordes de US$ 222,58 bilhões e US$ 229,01 bilhões, respectivamente. Esse valor se compara a US$ 895 bilhões com os EUA ou a US$ 42,6 bilhões com o Japão (Wits, 2020).

Petróleo, soja, ferro e cobre são as quatro principais commodities que os países latino-americanos exportam para a China. Seus preços foram afetados pela pandemia após o pico de 2014. As commodities energéticas são cruciais no comércio com Pequim e incluem grandes quantidades de petróleo colombiano, venezuelano e equatoriano, ou outras commodities minerais e agrícolas como minério de ferro brasileiro e soja. O chamado Triângulo do Lítio, dada a sua importância para os Veículos Elétricos (VE), por exemplo, é uma das fronteiras que contrapõem interesses japoneses e chineses na região.

O Japão e parceiros como os EUA certamente acordaram para essa nova realidade. O Acordo Abrangente e Progressivo para Parceria Transpacífica (CPTPP), anteriormente conhecido como TPP, por exemplo, inclui Chile e Peru, e foi ratificado também como resultado da visão Indo-Pacífico de Tóquio, no contexto de suas políticas de Segurança Econômica.

Sendo assim, esta sintética ação educacional irá apresentar uma visão geral sobre: a) o enorme crescimento das relações comerciais, financeiras, tecnológicas, políticas entre China e América Latina, b) a maneira como diversas instituições estadunidenses, incluindo o Congresso dos EUA, têm reagido a tal fenômeno no contexto das crescentes tensões e sanções entre China e EUA, e c) os impactos de tal relação para o Japão, terceira maior economia mundial.

O conhecimento mais aprofundado e o debate sobre tais assuntos são estratégicos para a chamada “Nova Ordem Internacional” e, sendo assim, de extrema importância para os destinos do Brasil no contexto global. É por isso que, cada vez mais, também interessam a cientistas políticos, economistas, jornalistas, formadores de opinião e formuladores de políticas públicas do Poder Legislativo, Deputados e Senadores, e seus assessores e interlocutores.

Carga horária: 8 horas-aula, distribuídas em quatro encontros síncronos de 2 horas-aula cada.

Objetivo Geral:

Apresentar e refletir sobre conceitos e cenários relativos às relações entre Estados Unidos, China e América Latina, além dos possíveis impactos sobre o Japão,  particularmente quanto aos seus aspectos estratégicos, pragmáticos e úteis para o Brasil e outros países.

Objetivos Específicos:

  • Sistematizar, resumir e esclarecer sobre a grande quantidade de informações a respeito das relações EUA-China-América Latina-Japão;
  • Discutir como o Congresso dos EUA e outras instituições estadunidenses vêm debatendo sobre a relação China-América Latina;
  • Apresentar o estado da arte e discutir dimensões político-econômicas relativas às relações China-América Latina;
  • Avaliar as crescentes tensões entre EUA e China e suas possíveis implicações para América Latina;
  • Compreender e discutir possíveis implicações desse cenário para o Japão, terceira maior economia do planeta, tendo em vista questões energéticas e geopolíticas (Taiwan, Mar da China e do Japão).

Público-alvo:

  • Servidores efetivos e comissionados do Congresso Nacional e de outros órgãos públicos, preferencialmente aqueles que atuam como formuladores de políticas públicas e possuem interesse em relações internacionais, especialmente em estudos asiáticos.
  • Profissionais e alunos, brasileiros ou estrangeiros, egressos ou não dos cursos do ILB e de instituições parceiras, interessados no tema.

Facilitador:

O facilitador de aprendizagem será o servidor José Floriano Pereira Lima Filho, cujo currículo pode ser visto a seguir:

  • Pós-doutorado na Universidade de Tóquio (relação China-América Latina-Japão);
  • Pós-doutorado na Universidade National Sun Yat-sen (segurança energética em Taiwan e Ásia);
  • PhD em Desenvolvimento e Cooperação Internacional (relações estratégicas entre Japão e China, Universidade de Brasília, com estágios na Escola de Estudos Avançados Internacionais (SAIS), Universidade Johns Hopkins, e no Instituto de Ciência Social da Universidade de Tóquio);
  • M.Sc. em Telejornalismo (Columbia University, 1991, com bolsa da CAPES);
  • M.A. com distinção em Políticas de Comunicação (Universidade de Westminster, Londres, 2001, bolsa Chevening);
  • MBA em TV Digital (UFF, 2016, Rio de Janeiro);
  • Estudante de pesquisa (Sociedade da Informação no Japão, 1991 a 1993) com bolsa Monbusho nas universidades de Tsukuba e Hitotsubashi;
  • Pesquisador com bolsa da Fundação Reuters (Universidade de Oxford, Comércio Global de Conteúdo Digital, 2006) e na Câmara dos Deputados dos EUA (Fulbright-APSA, Políticas de Comércio dos EUA para energia e meio ambiente, 2007 a 2008);
  • É integrante no Conselho Internacional do Centro para Democracia e Cultura, Universidade de Oklahoma, em Tulsa;
  • Foi pesquisador não residente da Faculdade de Negócios Internacionais e Línguas Estrangeiras, Universidade Chihlee de Tecnologia (Taiwan, Ago/2020 a Jul/2022);
  • Foi correspondente da TV Brasil em Washington DC;
  • É analista legislativo do Senado Federal desde 1993, na área de Comunicação Social, tendo trabalhado como repórter e editor na Rádio e TV Senado, e exercido, no ILB, cargos de coordenador-geral (2019) e coordenador de Educação Superior do ILB (2020-2021). 

Órgão promotor: Instituto Legislativo Brasileiro - Senado Federal (ILB/SF)

Data de realização:

  • Em março, nos dias 27 (segunda-feira) e 31 (sexta-feira) das 10h às 12h e
  • Em abril, nos dias 03 (segunda-feira) e 10 (segunda-feira) das 10h às 12h.

Inscrições: https://saberes.senado.leg.br/course/view.php?id=2200

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