Realização da Copa do Mundo no Brasil ainda divide opiniões
Pesquisa de opinião feita pelo DataSenado a pedido da revista Em Discussão! mostra um país dividido entre o sentimento de orgulho e o de rejeição em sediar o maior evento do futebol mundial. Se 60% acham que realizar a Copa no Brasil é motivo de orgulho para o povo brasileiro, 76% consideram que os gastos com estádios estão acima do necessário, e 86% acreditam que os recursos públicos destinados ao evento teriam melhor aproveitamento em outras áreas, como saúde, educação e segurança pública.
Outros dados do levantamento deixam clara a divisão da população com relação à Copa. Dos entrevistados, 42% aprovam a realização do Mundial no país, enquanto 40% desaprovam. Um empate técnico, tendo em vista que a margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Da mesma forma, não há uma tendência clara na avaliação dos benefícios que a Copa pode trazer ao país: 49% acham que haverá um legado positivo, enquanto outros 49% acreditam que não. A percepção é confirmada quando os entrevistados opinam sobre as obras feitas por causa do evento. Para 43%, construções e reformas em estádios, aeroportos e na mobilidade urbana, por exemplo, vão ajudar o país – número bem próximo dos que acham que as obras não farão diferença (42%).
A polarização se repete quando as pessoas são perguntadas sobre a imagem do Brasil no exterior: enquanto 29% acham que vai melhorar, 28% avaliam que vai piorar (para 40% permanecerá inalterada).
As Regiões Norte e Nordeste tendem a dar mais apoio à Copa. O evento também é mais popular entre homens, entre os que têm renda mais baixa e menor escolarização. Por outro lado, moradores do Sul e do Sudeste, mulheres, os que ganham mais de dez salários mínimos, têm nível superior e os moradores de cidades-sede são mais críticos com relação ao Mundial e aos resultados do evento.
A pesquisa tem abrangência nacional e contou com a participação de 809 pessoas de 16 anos ou mais, espalhadas pelas 27 Unidades da Federação. Os dados foram coletados pelo Alô Senado, por meio de entrevistas telefônicas, no período de 14 a 26 de fevereiro de 2014.