Outubro

Contexto Macroeconômico

Evolução recente do deflator do PIB2 Rafael Bacciotti O deflator do PIB, que avalia a evolução dos preços na economia, vem desacelerando em 2023, impulsionado pela menor inflação nos bens e serviços das famílias e na formação bruta de capital fixo. Contrariamente, o deflator do consumo público tem contribuído para conter essa tendência. Com base na análise dos dados históricos e na perspectiva de desaceleração dos índices de preços, especialmente do IPCA, a estimativa para o deflator do PIB em 2023 é uma variação de 4,8% em relação ao ano anterior. Com a previsão de um crescimento real do PIB de 3,0%, o PIB nominal deve apresentar um aumento de 7,9%. Para 2024, a projeção de crescimento de 6,1% no PIB nominal decorre de um aumento de 4,8% no deflator e de 1,2% no crescimento real.

Conjuntura Fiscal - Receitas

Possíveis explicações para a desaceleração nas receitas primárias em 20235 Alexandre Andrade Os dados do Tesouro e do Siga Brasil mostram crescimento mais moderado da arrecadação de tributos neste ano comparativamente a 2022. O recuo nos preços de commodities e nos indicadores de inflação explicam parte desse movimento, tendo em vista que ajudaram a aumentar as bases de incidência dos tributos nos dois últimos anos. Além disso, montantes menores de pagamentos de dividendos pelas empresas estatais e a eventual mudança na dedutibilidade de juros sobre o capital próprio podem estar influenciando as receitas governamentais.

Conjuntura Fiscal - Despesas

Evolução das despesas primárias da União: objetivo e direção Vilma Pinto O aumento expressivo das despesas primárias da União, previsto para 2023, e o realizado até setembro deste ano, desafiam a busca por sustentabilidade fiscal, revelando um distanciamento entre os objetivos de reduzir o deficit primário e a direção seguida pelos gastos primários no curto prazo. As despesas primárias cresceram 5,1% no período de janeiro a setembro de 2023, em termos reais, em relação a 2022.

Tópicos Especiais

Desempenho do mercado de trabalho tem sido caracterizado pelo aumento da inatividade14 Rafael Bacciotti A PNAD Contínua revela um cenário favorável no mercado de trabalho, marcado pelo aumento da população empregada no setor formal e pela redução do desemprego de longa duração. No entanto, a taxa de participação permanece abaixo dos níveis pré-pandemia, apesar da diminuição do desalento, impulsionada pelas melhorias nas condições econômicas. Neste contexto, o artigo explora os dados desagregados da pesquisa amostral do IBGE para identificar os motivos por trás do aumento da inatividade. Nota-se um acréscimo de 6,7 milhões de indivíduos fora da força de trabalho potencial em comparação com o período anterior à pandemia, a maioria dos quais tem 60 anos ou mais, seguida por pessoas de 25 a 59 anos dedicadas aos afazeres domésticos e familiares.