Marianne Peretti: única artista mulher que participou da construção de Brasília
A artista plástica franco-brasileira Marianne Peretti não foi apenas a única mulher a integrar a equipe de artistas responsável pela construção de Brasília, sob o comando de Oscar Niemeyer. Conhecida como a mestre dos vitrais, ela era uma artista singular, que será eternizada por suas contribuições à arte e à arquitetura do Brasil e também de outros países.
Na Capital da República, a marca de Marianne está registrada em vários lugares: Senado e Câmara Federal, Memorial Juscelino Kubitschek, Palácio do Jaburu, Teatro Nacional, Superior Tribunal da Justiça, Panteão da Liberdade e Catedral de Brasília. Duas obras de Marianne fazem parte do acervo do Museu do Senado: Uma delas é o painel “Alumbramento”; de 2.8m por 10m; que cobre grande parte do Salão Branco, mais conhecido como chapelaria. É dela, também, o painel “O Lago e os Peixes”, de 4,8m por 3m; em exposição permanente no Museu do Senado.
Painel Alumbramento - estrutura de ferro laqueado (branco) com espelhos bronze e vidros brancos, confeccionado em 1978. Ficou encaixotado durante anos no Senado e foi instalado em 3 de novembro de 2016, no Salão Branco.
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Falecida em 2023, aos 94 anos, a artista gostava de afirmar que Brasília mudou a sua vida, especialmente após conhecer Oscar Niemeyer, com quem faria uma parceria para além da Capital da República, mas também em obras expostas em outros pontos do Brasil e do exterior. São dela, por exemplo, as esculturas de pássaros em Havre, na França, e os vitrais de Mandadori, em Milão, Itália. Foi durante seu trabalho de composição de Brasília que começou a se destacar pelos enormes vitrais, vindo a ser considerada, por muitos, como a principal vitralista do Brasil.
Na foto, Marianne Peretti posa para fotografia ao lado do painel em vidro "O Lago e os Peixes", 1978.
Foto: Walesca Borges/Senado Federal
Marianne sempre teve uma ligação muito forte com o Brasil. Nasceu na França, filha de mãe francesa e pai brasileiro, de Pernambuco. Sempre vinha ao Brasil, em visita à família brasileira, mas foi educada em Paris, onde estudou desenho e pintura, em escolas de referência internacional. Mudou-se para o Brasil em 1956, época em que já se destacava pelos seus desenhos e pinturas, mas foi aqui, país em que se naturalizou, onde passou a investir na carreira artística e a trabalhar com painéis, vitrais, esculturas e relevos para edifícios.
