Cerca de 20 milhões de brasileiros tiveram aulas suspensas em julho de 2020
O Instituto DataSenado realizou pesquisa nacional para ouvir a opinião dos brasileiros sobre a educação durante a pandemia. Dos dias 24 a 28 de julho, foram entrevistados por telefone 2.400 brasileiros com 16 anos ou mais, em amostra representativa da população brasileira. Os resultados foram analisados considerando dois grupos: pais que têm filhos que frequentam escola ou faculdade e participantes da pesquisa que são alunos de escolas ou faculdades.
Cerca de 20 milhões de brasileiros tiveram aulas suspensas em julho de 2020[1]
O DataSenado estima que aproximadamente 20 milhões de brasileiros tiveram aulas suspensas em função da pandemia no mês de julho corrente, o que representa 34,78% do total de alunos matriculados na Educação Básica e Superior. Desses, cerca de 18 milhões estão na Educação Básica.
Outros 32,4 milhões de alunos que tinham aula presencial passaram a ter aulas remotas, 3,7 milhões da Educação Superior e 28,6 milhões da Educação Básica.
Resultados: pais que têm filhos que frequentam escola ou faculdade
Aproximadamente quatro em cada dez brasileiros têm filhos que frequentam escola ou faculdade. Desse grupo, 24% têm filhos cursando o ensino infantil, 33% o ensino fundamental, 27% o ensino médio e 12% o ensino superior.
A maioria dos pais têm filho matriculado em instituição pública (79%) e outros 21% têm filho que frequenta instituição particular. Entre os pais de alunos do ensino superior, 77% relataram que o curso do filho é regularmente presencial.
Aproximadamente dois terços dos pais relataram que nos últimos 30 dias as aulas de escolas e faculdades, que são regularmente presenciais foram majoritariamente remotas, por causa da pandemia provocada pelo coronavírus.
Os pais cujos filhos estão matriculados em instituições públicas responderam em maior proporção que as aulas foram majoritariamente suspensas nos últimos 30 dias do que pais que têm filhos em instituições privadas.
Qualidade das aulas
Para 63% dos pais de alunos que tiveram aula de forma remota por causa da pandemia, a qualidade do ensino diminuiu. Apenas 8% consideram que houve aumento da qualidade do ensino no período de isolamento.
Em relação ao impacto no ambiente familiar, 42% relataram não haver mudança e para 28% houve piora. Por outro lado, aproximadamente um quarto dos respondentes afirmaram que as aulas remotas melhoraram o ambiente familiar.
Quando perguntados sobre o fim da pandemia, 75% dos pais responderam que gostariam que as aulas dos filhos voltassem a ser presenciais.
Acesso à internet
Aproximadamente oito em cada dez pais de alunos que tiveram aulas remotas por causa da pandemia afirmaram ter internet em casa, enquanto outros 20% não têm acesso à internet em casa para os filhos estudarem.
Os pais cujos filhos estudam em instituições públicas relataram que não têm internet em casa em maior proporção do que pais que têm filhos em instituições privadas.
Segundo os resultados, celular (64%) e computador (24%) são os equipamentos mais utilizados para acessar os materiais de estudo das aulas remotas.
Especificamente em relação aos alunos do ensino infantil, fundamental e médio que tiveram aulas de forma remota nos últimos 30 dias, sete em cada dez pais relataram que o filho recebeu as atividades da escola por meio online e outros 20% buscaram o material na escola.
Em relação a atividades de monitoria para reforço do conteúdo, 45% dos pais afirmaram que as escolas oferecem esse apoio, enquanto outros 53% responderam que as escolas frequentadas pelos filhos não possuem essa atividade.
Resultados: alunos de escolas ou faculdades
Segundo os resultados, 10% dos brasileiros com 16 anos ou mais frequentam escola ou faculdade. Entre esses, quase a metade cursa o ensino superior, 29% cursam o ensino médio, 17% fazem pós-graduação e 5% são alunos do ensino fundamental.
Dos participantes que frequentam escola ou faculdade, metade faz aula em instituição pública e outra metade está matriculada em instituição particular.
Entre o grupo dos alunos de ensino superior ou pós-graduação, aproximadamente dois terços fazem um curso regularmente presencial ou semipresencial. Outros 35% estudam regularmente a distância.
As aulas de 65% dos alunos que frequentam cursos regularmente presenciais ou semipresenciais foram majoritariamente remotas nos últimos 30 dias por causa da pandemia, enquanto as aulas de 31% foram suspensas.
Em relação ao acesso à internet para estudar, 87% dos participantes, que tiveram aulas de forma remota por causa da pandemia, têm internet em casa, enquanto outros 13% não.
Quando perguntados sobre o fim da pandemia, 75% dos que tiveram aulas remotas por causa do isolamento responderam que gostariam que as aulas voltassem a ser presenciais.
As amostras do DataSenado são totalmente probabilísticas. Nas entrevistas são feitas perguntas que permitem estimar a margem de erro para cada um dos resultados aqui divulgados, calculados com nível de confiança de 95% (Anexo 1 do relatório completo). Dessa forma, não existe uma única margem de erro para toda a pesquisa (aproximação usual em pesquisas que não são totalmente probabilísticas). As entrevistas foram distribuídas por todas as unidades da Federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, com alocação proporcional à população de cada UF.
[1] Ver Anexo 3 do relatório completo para metodologia de cálculo.