O capacitismo é um termo relativamente novo no campo das lutas sociais. Alguns dicionários o datam dos anos 90 do século passado, na sua versão original em inglês (ableism — pronuncia-se eiboulisam). Alguns estudiosos, contudo, afirmam que já era usado desde a década anterior. No português do Brasil, teria iniciado sua trajetória já neste século, possivelmente em 2011. É um vocábulo criado como ferramenta de mudança de mentalidades. Por meio dele, busca-se alertar para o fato de que uma pessoa com deficiência deve ser vista na inteireza de sua personalidade ou ações, e não tomada pela parte do corpo ou sentido que falta, de qualquer disfuncionalidade corporal ou mental. O capacitismo é uma forma de discriminação e preconceito contra pessoas com deficiência, baseada na crença de que esses indivíduos, são inferiores, incapazes e ou destoam da maioria, de um padrão considerado normal. Esta prática prejudica a inclusão e a igualdade, reforçando barreiras sociais, culturais e institucionais. O curioso é que o preconceito, muitas vezes velado, pode estar presente em expressões, atitudes, políticas e até em ambientes supostamente inclusivos. E não se manifesta apenas de um ponto de vista ofensivo. Demonstrar pena por uma pessoa com deficiência ou elogiar seu “espírito de superação”, seu caráter “inspirador”, também que é vítima, remete igualmente à deficiência, em si, e não à pessoa, no todo e na essência.