Edição histórica da Pesquisa Nacional sobre Violência contra a Mulher marca os 20 anos do DataSenado
O Instituto de Pesquisas DataSenado lançou, nesta quinta-feira (27), em sessão no Plenário do Senado, a maior e mais longa Pesquisa Nacional sobre Violência contra a Mulher. A edição de 2025 marca 20 anos de monitoramento contínuo da violência doméstica e familiar no Brasil, consolidando uma das séries históricas mais importantes do país.
📊 Principais números da edição 2025
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3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica nos últimos 12 meses.
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Em 71% dos casos, a agressão ocorreu na presença de outras pessoas — 70% eram crianças, em geral filhos das vítimas.
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A pesquisa ampliou sua metodologia, incorporando violência digital, indicadores de vivência, impacto emocional, presença de testemunhas e recortes como mulheres trans e mulheres com deficiência.
💻 Violência digital em destaque
Pela primeira vez avaliada de forma ampliada:
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10% das mulheres com 16 anos ou mais sofreram algum tipo de violência digital no último ano.
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Casos de chantagem com imagens íntimas dobraram: de 1% (2023) para 2% (2025).
📉 Tendências das violências medidas
Violência declarada na vida
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Queda de 34% (2023) para 33% (2025).
Violência declarada nos últimos 12 meses
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Redução de 7% (2023) para 4% (2025).
Violência vivida nos últimos 12 meses
(13 formas de agressão analisadas)
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33% das brasileiras vivenciaram ao menos um episódio, mesmo sem reconhecer como violência.
🔁 Ciclo da violência
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58% sofrem violência há mais de um ano.
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38% foram agredidas pela primeira vez antes dos 20 anos.
📈 Percepções de machismo e insegurança
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79% acreditam que a violência contra a mulher aumentou no país.
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70% consideram o Brasil “muito machista” — aumento de 8 pontos em relação a 2023.
🆘 Reação e busca por ajuda
Entre as vítimas de violência nos últimos 12 meses:
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57% procuraram a família;
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53% buscaram apoio na igreja;
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28% denunciaram em uma Delegacia da Mulher;
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11% ligaram para o 180;
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Apenas 5% não buscaram socorro.
🔒 Medidas protetivas
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20% afirmam que a medida foi cumprida;
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17% relataram descumprimento;
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62% não solicitaram proteção.
🧪 Metodologia
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21,6 mil entrevistas com mulheres de 16 anos ou mais, por telefone, em todos os estados e no DF.
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Margem de erro média: 0,69 p.p.
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Questionário replicado ao longo de duas décadas, garantindo comparabilidade e série histórica.
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Abordagem conduzida exclusivamente por mulheres, com sigilo e segurança às entrevistadas.
🟦 Importância histórica
A pesquisa do DataSenado é referência nacional para políticas públicas. Sua primeira edição (2005–2007) serviu de insumo para a elaboração da Lei Maria da Penha. Agora, na edição de 20 anos, reafirma seu papel estratégico no monitoramento e no combate à violência contra as mulheres.
Com a colaboração da Secretaria de Comunicação Social do Senado Federal (Secom)