16/09/2010

O brasileiro e o voto

Debate entre candidatos é preferência de eleitores

Para a maioria dos eleitores, 55%, a campanha desse ano deveria se concentrar nos debates políticos, segundo pesquisa realizada pelo DataSenado para avaliar o comportamento do eleitor brasileiro. Essa informação revela a expectativa do eleitorado de conhecer mais profundamente o pensamento e propostas dos candidatos que naturalmente ficam mais expostos no transcorrer do debate. Essa também é uma forma de comunicação mais direta e objetiva com a população, onde o enfrentamento de pontos de vista é a tônica do embate. Comícios e passeatas, antes tão populares entre candidatos e eleitores, perderam prestígio na opinião da população. Agora, apenas 15% dos entrevistados afirmaram que os candidatos deveriam focar suas campanhas nessa forma de comunicação.

Segundo o levantamento do DataSenado, ainda, o resultado das pesquisas eleitorais não é um fator decisivo para a maior parte da população na hora de decidir o seu voto. 59% dos entrevistados afirmaram que “nunca” levam em conta os resultados das pesquisas na hora da urna, no entanto, percebe-se que a decisão de não considerar os resultados das pesquisas na definição do voto aumenta de acordo com o grau de escolaridade do eleitor, chegando a 77% das pessoas com nível superior.

A internet, ao contrário do que os principais analistas preconizaram, não tem representado grande diferencial nessa campanha. Embora, 76% dos entrevistados afirmam que sua importância será maior nesse pleito do que no de 2006, e que 51% declaram que ela será “muito importante” nessa eleição, a realidade mostra que na hora de buscar informações a internet é o meio preferido por apenas 15% dos eleitores. Entre os jovens de 16 a 19 anos, esse índice sobe para 32%, posicionando-se como principal fonte de informação. A influência da internet diminui à medida que aumenta a idade do respondente.

Entre a população de forma geral, o meio de comunicação mais usado para buscar informações sobre os candidatos é a televisão, com 48% das preferências, seguida pelas conversas com parentes e amigos, 18%. A internet e os jornais e revistas foram apontados respectivamente por 15% dos eleitores enquanto rádio ficou com 4%. Destaca-se o papel importante das conversas com pessoas próximas, para os jovens, 32%, e residentes em cidades do interior, 20%.

A pesquisa do DataSenado, revelou, também, que na hora do voto o importante é o próprio candidato e não o seu partido político. Para 85% dos eleitores, a escolha política não considera o partido ao qual o candidato está filiado, e sim as características pessoais de cada candidato. Essa tendência confirma o processo de enfraquecimento dos partidos nacionais frente à população que não reconhece diferenças programáticas significativas nas agremiações.

O levantamento do DataSenado ouviu 1.315 cidadãos maiores de 16 anos, com acesso a telefone fixo, em 119 municípios, de todas as regiões, incluindo todas as capitais, entre os dias 12 e 24 de agosto de 2010. A margem de erro da pesquisa é de 3% e o nível de confiança è de 95%.

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