Educação pública no Brasil

Pesquisa revela que a instituição de cotas em universidades públicas é aprovada pela maioria das pessoas. A reserva de vagas nos vestibulares foi apoiada para diversos públicos: 66% manifestaram-se a favor das cotas para negros e 83% defenderam cotas para estudantes de baixa renda.
14/07/2011 00h00

Pesquisa revela que maioria da população aprova cotas em universidades.

Pesquisa do DataSenado sobre educação revela que a instituição de cotas em universidades públicas é aprovada pela maioria das pessoas. A reserva de vagas nos vestibulares foi apoiada para diversos públicos: 66% manifestaram-se a favor das cotas para negros; 73% favoráveis às cotas para indígenas; 78% apoiaram cotas para estudantes que cursaram a rede pública; 83% defenderam cotas para estudantes de baixa renda e 85% aprovaram cotas reservadas para pessoas com deficiência.

A concordância com a existência de cotas obrigatórias para ingresso nas universidades públicas diminui à medida que aumentam renda e grau de escolaridade do entrevistado. Entre aqueles que disseram ter renda superior a 10 salários mínimos, a maioria desaprova a reserva de vagas para candidatos negros e indígenas: 70% e 53%, respectivamente, manifestaram-se contra às cotas para esses públicos.

Perguntados sobre a qualidade da educação pública no Brasil, 44% dos entrevistados avaliaram como regular, enquanto 37% disseram ser ruim ou péssima e 18% boa ou ótima. De acordo com 63% dos cidadãos entrevistados, os primeiros anos da educação são aqueles que devem receber mais dinheiro público. Quando perguntados, 63% apontaram o ensino fundamental como nível de ensino demandante de mais investimento, 24% indicaram o nível médio e apenas 10% o ensino nas universidades. Essa opinião vem ao encontro da defesa de especialistas para que a educação básica receba mais recursos públicos no país.

Uma possível explicação para essa opinião, que dispensa mais investimento nas universidades e prioriza outros níveis de ensino, pode ser a avaliação feita do ensino universitário. Para 56%, o ensino das universidades públicas é ótimo ou bom, enquanto 31% o classificam como regular e apenas 8% como ruim ou péssimo.

A pesquisa também aponta quais seriam os principais problemas da educação básica na opinião da população. Para 31% dos entrevistados, os baixos salários dos profissionais é o maior problema da educação para crianças no país. O segundo problema, citado por 25% das pessoas ouvidas, seria a falta de qualificação dos professores. Em seguida, foi indicada a estrutura física ruim das escolas, com 10% das respostas.

Em relação às creches, 85% afirmaram concordar com que sejam consideradas como a primeira fase da educação formal. Essas pessoas, no entanto, divergiram sobre a idade na qual as crianças devem ser recebidas nas creches públicas: 25% apontaram que o ingresso deveria ser a partir de 1 ano de idade, outros 25% disseram a partir dos 3 anos; 24% responderam a partir dos 2 anos e, para 23%, a admissão deveria se dar desde o nascimento.

Internet e cursos profissionalizantes

Sobre a importância da internet, 78% dos entrevistados afirmaram considerar muito importante haver acesso à rede em alta velocidade nas escolas públicas brasileiras.

Por sua vez, 96% dos entrevistados disseram ser muito importante oferecer cursos profissionalizantes aos alunos das escolas públicas, ao passo que apenas 3% disseram ser pouco importante e 1% ser sem importância.

O DataSenado realizou 1.343 entrevistas por telefone, entre 24 de junho e 7 de julho de 2011, em 119 municípios brasileiros, incluindo todas as capitais. A margem de erro da pesquisa é de 3% para mais ou para menos.