Pandemia aumenta o número de brasileiros com experiência em teletrabalho
O Instituto DataSenado realizou pesquisa nacional para ouvir a opinião dos brasileiros sobre teletrabalho, também conhecido como trabalho remoto, a distância ou homeoffice, modalidade em que o funcionário realiza as atividades laborais na própria residência em lugar de ir até a empresa ou organização que o emprega. Entre os dias 11 e 18 de setembro, 5.000 brasileiros com 16 anos ou mais foram entrevistados por telefone, em amostra representativa da população brasileira.
Pandemia aumenta o número de brasileiros com experiência em teletrabalho
No Brasil, 13% da população têm experiência com teletrabalho. Desses, 6% trabalham a distância no atual momento, número que corresponde a aproximadamente 10 milhões de brasileiros. Além disso, 7% já trabalharam nessa modalidade, aproximadamente 11 milhões de brasileiros.
Entre os brasileiros que já trabalharam a distância, dois terços afirmam que o trabalho nessa modalidade se deu em razão do isolamento social causado pela pandemia do coronavírus. Esse número corresponde a uma estimativa de 14 milhões de brasileiros.
Maioria se sentia preparada quando começou o teletrabalho
A maior parte dos brasileiros que tem experiência com teletrabalho diz que se sentia preparada para esse formato de trabalho quando iniciou.
No entanto, mais da metade (60%) dos trabalhadores que estão ou já estiveram em trabalho remoto indica que, quando iniciou o teletrabalho, a empresa ou organização empregadora não tinha essa modalidade de trabalho implantada.
Nesse grupo, mais da metade (58%) afirma que a empresa ou organização empregadora não estava preparada para esse modelo laboral.
Apesar disso, sete em cada dez trabalhadores que têm experiência com trabalho remoto afirmam que se adaptar ao novo formato foi fácil. Em relação às dificuldades enfrentadas ao iniciar o teletrabalho, a mais citada foi a falta de internet de qualidade e a vantagem do teletrabalho citada em maior frequência é o horário flexível, seguida de ter mais tempo para a família.
Produtividade aumentou com o teletrabalho
A maioria dos trabalhadores remotos afirma que houve aumento de produtividade com o teletrabalho, tanto em relação ao próprio desempenho (41%) quanto em relação ao da empresa ou organização empregadora (38%).
Segundo os resultados, o teletrabalho também trouxe benefícios para a vida pessoal. A maioria dos trabalhadores remotos percebe aumento no nível de bem-estar pessoal (49%) e melhoria no ambiente familiar (48%).
Trabalhadores têm redução de salário e perda de benefícios
Aproximadamente um em cada cinco (19%) trabalhadores remotos teve redução de salário ao iniciar o teletrabalho. Além disso, quase um quarto (24%) perdeu algum benefício ou auxílio que era pago no trabalho presencial.
Sete em cada dez trabalhadores que têm experiência com trabalho remoto já possuíam o equipamento necessário para realizar o trabalho em casa. E mais da metade respondeu que os equipamentos eram próprios.
A maioria dos trabalhadores remotos (68%) não recebeu auxílio da empresa ou organização empregadora para ter os equipamentos necessários ao trabalho. Segundo os resultados, a maior parte dos trabalhadores remotos pagam a energia elétrica e a internet que utilizam para trabalhar em casa.
Dois terços dos trabalhadores que têm experiência com teletrabalho trabalhavam ou trabalham por hora e um terço, por produtividade. Entre os que trabalham por jornada, 61% dizem receber mensagens, ligações ou e-mails fora do horário regular de trabalho. Além disso, 78% afirmam já ter trabalhado além do horário normal da jornada.
Opinião sobre propostas para regular o teletrabalho
A pesquisa também avaliou a opinião dos brasileiros sobre o Projeto de Lei 3.512∕20, de autoria do senador Fabiano Contarato (Rede-ES). A maioria dos brasileiros (82%) concorda com o pagamento de horas extras caso a jornada de teletrabalho seja superior a oito horas diárias.
Nove em cada dez brasileiros acham que a empresa deve fornecer equipamento eletrônico para que o empregado possa cumprir as tarefas no regime de teletrabalho. A maior parte dos brasileiros acredita que a empresa deve pagar o custo que o empregado tem com energia elétrica (71%) e com internet (79%) para desempenhar as atividades laborais em regime de trabalho remoto.
As amostras do DataSenado são totalmente probabilísticas. Nas entrevistas, são feitas perguntas que permitem estimar a margem de erro para cada um dos resultados aqui divulgados, calculados com nível de confiança de 95% (Anexo 1 do relatório completo). Dessa forma, não existe uma única margem de erro para toda a pesquisa (aproximação usual em pesquisas que não são totalmente probabilísticas). As entrevistas foram distribuídas por todas as unidades da Federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, com alocação proporcional à população de cada UF.