Brasileiros reconhecem o direito ao refúgio

O DataSenado realizou pesquisa de opinião para ouvir a população sobre suas percepções e opiniões sobre refugiados. Resultados indicam que a maioria dos respondentes acreditam que pessoas têm o direito de se refugiar para escapar de guerras e de perseguição.
09/10/2019 16h00

O Instituto de Pesquisa DataSenado realizou pesquisa de opinião para ouvir a população sobre suas percepções e opiniões sobre refugiados. A pesquisa é composta por dois blocos - o primeiro foi respondido por brasileiros de todas as unidades da Federação, enquanto o segundo, apenas por habitantes do estado de Roraima.

No bloco nacional, 88% dos entrevistados acreditam que as pessoas têm o direito de se refugiar para escapar de guerras e 80% acreditam que as pessoas têm o direito de se refugiar para escapar de perseguição. Esse padrão de resposta se repetiu no bloco realizado com moradores de Roraima, porém a concordância foi ainda maior.

 

 

 

Para quase metade dos brasileiros, ações do governo em favor dos refugiados ainda não são efetivas

No bloco de pesquisa nacional, as opiniões ficaram divididas quanto à efetividade das ações do governo brasileiro no atendimento das pessoas refugiadas: 45% acreditam que elas são efetivas e 46% acreditam que não. Por outro lado, no bloco aplicado em Roraima, dois terços dos entrevistados concordam com essa afirmativa. Além disso, os roraimenses estão mais a par do assunto, pois apenas 2% não se posicionaram sobre o tema, percentual que chega a 10% no Brasil.

 

 

Em relação aos impactos da presença de refugiados, os blocos da pesquisa mostram resultados contrastantes. De acordo com o resultado nacional, praticamente sete em cada dez participantes não acham que os refugiados vêm ao Brasil para se aproveitar dos serviços prestados pelo Estado. Em Roraima, porém, 56% compartilham da opinião de que esses imigrantes vieram ao país para serem atendidos pelos serviços públicos.

 

 

No que diz respeito aos serviços de saúde, 59% da população brasileira em geral acha que a entrada dos refugiados sobrecarrega os hospitais públicos. Já 91% dos entrevistados em Roraima concordam com essa afirmação. Além disso, no bloco de pesquisa feito apenas com moradores de Roraima, 93% afirmaram que o atendimento de saúde prestado pelos hospitais públicos piorou após a chegada dos Venezuelanos no estado.

 

 

 

No que se refere à segurança pública, quando se considera a população brasileira em geral, a maior parte dos entrevistados negam que a entrada de refugiados tenha relação com o aumento da criminalidade. Por outro lado, em Roraima, 87% das pessoas acham que os crimes podem aumentar com a vinda dos refugiados. Outro resultado do estudo com os moradores de Roraima indica que, para 94%, a violência aumentou após a chegada dos venezuelanos no estado.

 

 

Brasileiros são otimistas com a contribuição econômica de refugiados

Brasileiros e moradores de Roraima divergem quanto aos impactos econômicos da presença de refugiados. Se por um lado 63% dos brasileiros acreditam que pessoas refugiadas são uma força econômica que pode ajudar o país, apenas 29% dos roraimenses concordam com essa afirmativa. Existe, também, uma diferença em relação à crença de que refugiados se integram bem à sociedade: 72% dos participantes do bloco feito em todas as UFs concordam com essa afirmação, percentual este menor entre os habitantes de Roraima (47%).

 

 

 

O Senador Paulo Paim (PT-RS) registrou a divulgação da pesquisa realizada pelo DataSenado. Veja o vídeo:

A pesquisa foi dividida em dois blocos. No primeiro, foram entrevistados 2.392 cidadãos de todas as unidades da Federação, por meio de ligações para telefones fixos e móveis, com margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. No segundo bloco, foram entrevistados 800 cidadãos habitantes no estado de Roraima, com margem de erro de 3,5 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Utilizou-se amostragem aleatória estratificada com alocação proporcional à população segundo dados mais recentes do IBGE. Algumas questões foram respondidas por grupos específicos da amostra. Para estas questões a margem de erro é superior às apresentadas anteriormente.