Apresentação

Durante o processo abolicionista, os escravizados e libertos negros também participaram ativamente do processo: seja através de ações políticas e de propaganda direta ou através da resistência diária.

É incontestável a participação de personagens e instituições de diversos matizes e classes sociais no evento da abolição. Personagens que escolheram desafiar as autoridades do velho império e entraram para a história. Ao se destacar a importância dos negros em sua libertação não devemos esquecer o papel da macropolítica nacional no evento.Afinal, os negros também integravam, de sua forma, esse movimento expresso no parlamento e sobretudo ecoado nas ruas pelos populares de todos os grupos.

Os movimentos políticos oficiais pela abolição, principalmente no século XIX, enfrentavam lutas diárias e eram atravessados de volta por elas. Os ecos das fugas, das insubordinações dos escravizados, do clamor popular pela libertação dos cativos contrastavam com a instituição já considerada anacrônica, contra a qual convergiram as articulações políticas para o ponto já tão conhecido: o ano de 1888.

Nunca houve apenas um lado nessa história. Daí a importância concedida aos marcos oficiais que a encaminharam, lentamente – como todo processo histórico.

Estes marcos oficiais, e todo debate político em torno dessa temática, dividia uma maioria a favor da abolição e uma minoria em prol aos interesses dos grandes senhores de terras. Para os escravocratas, o assunto era de fundamental importância, uma vez que, segundo eles, a sobrevivência econômica dos grandes fazendeiros dependia do trabalho escravo, desta forma persistiam na luta por uma emancipação lenta e gradual dos cativos. Já os abolicionistas defendiam a extinção imediata da escravidão.