Documentos do Senado registram reação ao suicídio de Getúlio Vargas Fonte: Agência Senado


Em quase 19 anos como presidente, Getúlio Vargas nunca havia sido atingido por ataques tão pesados quanto os desferidos em agosto de 1954. A exigência de que renunciasse ecoava no Congresso Nacional, nas Forças Armadas, na imprensa e na sociedade. Da tribuna do Palácio Monroe, a sede do Senado, no Rio de Janeiro, o senador Othon Mader (UDN-PR) bradou:

— O senhor Getúlio Vargas domina o Brasil há anos. Se nada fez pela pátria até agora, o que mais poderá realizar em um ano e poucos meses que lhe restam de mandato? É hoje apenas o presidente nominal. Compactua com todos os abusos e já não exerce o poder. A opinião nacional reclama o afastamento como condição para reingressarmos num regime de segurança. O senhor Getúlio Vargas praticaria um ato de patriotismo se atendesse ao apelo da nação.