e-Cidadania

O principal fator que impede que as patentes e tecnologias disponíveis nas universidades e institutos de pesquisa se tornem produtos é o total desinteresse por parte das empresas no país: as nacionais não possuem cultura de pesquisa e inovação e as estrangeiras fazem pesquisa e inovação em seus países de origem e não no Brasil. A destinação obrigatória de 2% do lucro líquido das médias e grandes empresas seria um alavancador da cultura de pesquisa aplicada nacional, que deve ser regulamentada de forma a que realmente o valor seja aplicado em PD&I e não com prestadores de serviços da própria atividade da empresa. Um conselho gestor baseado em consultoria e fiscalização das pesquisas em andamento, utilizando os quadros das universidades e institutos de pesquisa brasileiros, garantiria que o valor seja de fato aplicado em PD&I, em moldes similares ao já utilizado na Finep,Financiadora de Pesquisas e Projetos, mas aprimorado, utilizando consultoria dos pesquisadores, sem necessidade de novas contratações, agilizando o processo e com uma grande quantidade de pessoal capacitado, para fazer frente ao grande número de empresas que seriam obrigadas a realizar pesquisa e inovação. Por fim, as agências de fomento já existentes (CNPq, Finep, Fapesp, etc.) poderiam aproveitar a mesma lei e financiar conjuntamente projetos para essas empresas, de forma a injetar capital em empresas de base tecnológica, de grande importância para o país. Desta forma, teríamos um cenário projetado em que as empresas nacionais adquirem cultura de pesquisa e inovação, empresas de base tecnológica são alavancadas com investimento próprio e/ou de agências de fomento e empresas estrangeiras são obrigadas a pesquisar e inovar no país, utilizando mão de obra nacional e fomentando a formação de mão de obra especializada e geração de empregos para graduados, mestres e doutores, nas mais diversas áreas do conhecimento.