Senado participou de roda de conversa do mês da mulher no Venâncio Shopping

22/03/2019 18h53

A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, e a coordenadora da Procuradoria Especial da Mulher do Senado, Rita Polli, participaram na quarta-feira (20), da Roda de Conversa sobre Violência Contra a Mulher, no Venâncio Shopping. O debate fez parte dos eventos realizados em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, pelo Shopping, em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil - Comitê Empreendedorismo, e apoio do Sebrae.

Adda Torres, pedagoga e presidente da ONG Mulheres de Atitude, contou como saiu de um ciclo de violência que durou 8 anos e resultou num empoderado projeto que ajuda outras mulheres. “Sempre me perguntam como consegui forças para sair daquela vida. A primeira coisa que devemos fazer é olhar para dentro de nós, depois sair da zona de conforto. Essa trajetória de dor e luta fez com que eu me empoderasse. Saí de casa, mudei de cidade e decidi ajudar outras mulheres na mesma situação”, disse.

A ONG, que fica no Núcleo Rural de Ceilândia, já ajudou mais de 6 mil mulheres em situação de violência e tem como lema “Sim, em vida de marido e mulher, nós metemos a colher”.

Projetos de lei

Ilana Trombka destacou alguns projetos de lei relacionados a mulher aprovados este mês. Como o Projeto de Lei do Senado (PLS) 514/2015, que assegura o direito das mães de amamentar em local público ou privado sem sofrer qualquer impedimento. E o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 6/2017, que determina que os profissionais de saúde tenham um prazo de 24 horas para comunicar à polícia os casos de suspeita ou confirmação de violência contra a mulher atendida em serviços de saúde públicos e privados. A proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e segue agora para o Plenário em regime de urgência.

A diretora também falou sobre uma das ações que mais tiveram repercussão na Casa, a reserva de 2% das vagas nas empresas terceirizadas do Senado para mulheres vítimas de violência doméstica.

Proteção no trabalho

“Quando fizemos a cota, pensamos principalmente na independência financeira dessas mulheres e na autoestima. Não tínhamos ideia da dimensão que poderia ter. Hoje, recebemos relatos de mulheres do programa que têm como único local seguro o trabalho. Dessa forma, vimos a importância da real proteção que estamos proporcionando a essas mulheres”, acrescentou Ilana.

A importância da educação sobre igualdade de gênero nas escolas também foi levantada no debate. Andrea Costa, advogada, professora universitária e membro da fundadora da Academia de Direito Eleitoral, falou sobre um projeto piloto do Grupo Mulheres do Brasil, no qual crianças do ensino fundamental aprendem o que é uma relação abusiva.

Andrea finalizou destacando a importância de se tratar vítima e agressor: “as medidas protetivas funcionam, mas não podemos deixar de trabalhar o lado emocional, tanto da vítima, quanto do agressor. Para essa mulher não sair de um relacionamento abusivo para outro. E para esse homem não se tornar um serial”.

Procuradoria

Rita Polli esclareceu algumas atribuições da Procuradoria Especial da Mulher do Senado, que tem, além da função de acompanhar a Bancada Feminina do Congresso e acelerar a tramitação de projetos relacionados a mulher, o atendimento a vítimas de violência.

“A Procuradoria, além de fiscalizar, também é uma porta de entrada de mulheres vítimas de violência. Nós acolhemos as denúncias dessas mulheres e encaminhamos aos Órgãos competentes. Temos a corresponsabilidade, junto com a Secretaria e a Procuradoria da Mulher da Câmara dos Deputados, de aproximar a comunidade do parlamento. E proporcionar o diálogo entre o Legislativo, o Judiciário e o Executivo ”, disse.

Para Rita, que também é fisioterapeuta e idealizadora da Oficina Saúde da Mulher: Autonomia no Corpo e na Vida, a mulher precisa curar o seu corpo para sair de um ciclo de violência e mudar de vida. “A saúde está completamente ligada à superação da violência. É preciso que aconteça uma cura na mente para que haja o empoderamento e as tomadas de decisões. E uma mulher não consegue fazer isso sozinha, por isso a importância da sororidade e solidariedade entre todos nós”, finalizou.

“Coelhos”

Janete Vaz, co-fundadora do Laboratório Sabin e integrante do Grupo Mulheres do Brasil, falou sobre a importância de um evento tão rico e a gratidão por poder participar de forma ativa de uma pauta que salva vidas. “Já caminhamos bastante, mas a passos de tartaruga. Agora precisamos ser como coelhos, mais rápidos. Nossas mulheres estão morrendo dentro de casa e isso precisa parar. Precisamos nos unir para fazer a diferença. Só assim conseguiremos”, disse.

 

Também estiveram presentes Ilda Peliz, representante do grupo Mulheres do Brasil – DF, Mara Dall’Negro, do Fórum de Mulheres do Mercosul – DF, Dalva Moura, do Comitê Permanente pela Igualdade de Gênero e Raça do Senado, e Ana Lúcia Rodrigues, gerente de marketing do Venâncio Shopping e mediadora do debate.

 

O evento recebe o público entre 18 e 22 de março.

Confira a programação:

Mostra da Mulher Empreendedora – De 18 a 22 de março (das 11h às 16h30)

Pitches – Trajetória Empreendedora – 21 de março (das 14h30 às 16h30)

Rodas de Conversa – de 20 a 22 de março (12h30)

20/03, às 12h30 – Violência contra a Mulher

21/03, às 12h30 – Saúde e Bem-Estar da Mulher Negra

22/03, às 12h30 – A Importância da Autoestima para Mulher Negra – Fatima Miranda – Coach, Terapeuta Holística empresarial e palestrante.

Consultoria de Empreendedorismo Sebrae – De 18 a 23/03 (das 11 às 13h30)

Clínicas de Empreendedorismo Sebrae – De 18 a 22 de março (das 11h às 16h30)

Exposição Mulheres Inventivas – De 18 a 23 de março (horário de funcionamento do Shopping)