Pauta Feminina debate papel da maternidade e paternidade e a conciliação com trabalho

22/05/2015 17h30

Pesquisa do IBGE aponta que 90% dos afazeres domésticos são desenvolvidos pela mulheres e 50% pelos homens, e que essa sobrecarga de trabalho faz com que menos brasileiras estejam inseridas no mercado de trabalho. A pesquisa foi apresentada aos servidores, terceirizados e estagiários do Senado, durante o Programa Pauta Feminina, desta  (22/05), que debateu o papel social da maternidade e da paternidade e a conciliação com o trabalho.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O estudo sobre divisão das tarefas domésticas foi apresentado por Natália Fontoura, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, da Coordenação de Igualdade de Gênero e Raça, do .Ipea. “A pesquisa mostra que quanto maior o numero de filhos maior é o tempo dedicado pelas mães, aos afazeres domésticos”. No caso dos homens, o aumento no numero de filhos impacta na queda do rendimento das tarefas no lar.

Essa desigualdade social, segundo a pesquisa, resulta na socialização do trabalho família,  ou seja, num  impacto severo na vida dos filhos. “Crianças entre cinco e nove anos passam a dedicar as afazeres domésticos”, frisou a especialista.  Fontoura destacou ainda que o tempo de trabalho formal das mulheres é menos que o dos homens mas que o tempo delas dedicado aos afazeres domésticos esse tempo torna-se bem superior.

A professora-doutora em Psicologia Clínica, adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Glaucia Diniz,  provocou uma reflexão intitulada “A culpa é da mãe” . Durante a atividade,  ela fez uma abordagem sobre a  conciliação entre o trabalho e o cuidado dos filhos em uma perspectiva de gênero.

Ao abordar os paradoxos da maternidade, Glaucia Diniz afirmou que as realidades são diferentes entre mães e classes sociais.  Considerando-se o fato de que jovens negros, filhos de mulheres pobres, morrem muito mais em comparação aos brancos de classe média, a psicóloga acrescentou que a sociedade impõe à mulher a função dessa “boa maternidade” , ou seja, de produzir um adulto de sucesso na vida.

”A sociedade colocou somente nessa mulher o ônus da responsabilidade do filho. De um lado ela é mãe e venerada, por outro é execrada pois cabe à ela, a responsabilidade de o filho estudar, ser homem de respeito e se dar bem na vida”, disse, ao concluir que “já o homem pai, não ser execrado”.

Já a historiadora Gabriela Azevedo, mãe do bebê Eduardo, presente no debate, falou sobre a gestação, parto e cuidados. Ela abordou deste o trabalho de atenção para preparar o corpo e cabeça e todos os procedimentos e  a  as atribuições do homem e da mulher antes e depois da chegada do bebê.Segundo a palestrante, a criança não é problema porque foram optadas pelos pais, mas afirmou o homem precisa tomar para si  as tarefas de cuidar da mãe  para que ela possa alimentar bem a criança. “Leite materno é amor líquido, é carinho é  amor”, finalizou