Nesta 4ª feira, 21 de março, a procuradora Especial do Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e a procuradora da Mulher da Câmara dos Deputados, Gorete Pereira (PR-CE), receberam placa de honra ao mérito, oferecida pelo Sindicato nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal (Sindireceita), durante Café da Manhã em Homenagem ao Mês da Mulher, no Salão Nobre da Câmara.

A senadora Vanessa agradeceu a placa, recebida de Silvia de Alencar, diretora de assuntos legislativos e ex-presidente do Sindireceita, e disse que “não é fácil fazer política no Brasil, ainda mais sendo mulher”. Segundo ela, “uma luzinha no fim do túnel apareceu para as mulheres”, quando o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do teto de 15% que os homens estabeleceram para os partidos aplicarem nas campanhas das mulheres, na reforma eleitoral de 2015.

“Vejam, os homens, na pior das hipóteses decidiram que ficariam com 85% dos recursos só para eles, sendo que na melhor das hipóteses – para eles, claro – ficariam com 95% dos recursos para aplicar em suas campanhas”, criticou.

Mulher do campo

Em sua fala, a deputada federal Gorete Pereira defendeu uma preocupação maior com a mulher do campo, uma grande vítima, também, da crise hídrica. “O Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília, mostrou que “a maior vítima da falta de água é a mulher”.

Segundo a deputada Gorete, durante o Fórum foram apresentados dados que mostram que ”o tempo que a mulher gasta para buscar água agrava sua situação de subordinação, pois a impede a se dedicar seu tempo a atividades que contribuiriam para sua autonomia, seja nos estudos seja no trabalho”.

Marielle

A deputada federal Benedita da Silva homenageou a memória da vereadora carioca Marielle Franco (PSO-RJ). Para ela, a trajetória de Marielle, que se projeta para a política e para a vida pública a partir de espaços comunitários majoritariamente negros a transformou num símbolo muito forte.

Benedita disse que é preciso que a presença da mulher negra aconteça em todos os espaços e não só naqueles em que a população negra foi historicamente confinada, sofrendo com a ação do Estado mais do que se beneficiando dela.

“A coisa mais complicada da minha vida foi ser governadora do Rio de Janeiro morando numa favela, onde a pessoa que tinha o filho preso pela polícia podia ser  filho da minha vizinha”, disse.

Respeito

Para a deputada Zenaide Maia, “o que nos falta é o respeito recíproco”. Ela disse, ainda, que “só vamos ter respeito se tivermos uma democracia plena. Hoje, há uma falta de respeito com jovens, homens e mulheres. materializada em medidas como a que congelou por 20 anos o investimento em saúde, educação e segurança pública”.

Aprovada em 13 de dezembro de 2016, a Emenda Constitucional 55 também foi criticada pela deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), que lembrou que proposta de emenda constitucional recebeu o apelido de PEC da Morte, durante sua tramitação.

A deputada Carmen Zanotto (PPS-SC) disse que é importante motivar cada mulher a ocupar todos os espaços, pois “a tendência que a gente tem é de achar que os outros são mais preparados”. Ela também considera fundamental “reforçarmos uma cultura da paz, sem a qual a violência se tornará, simplesmente, uma coisa banalizada”.

Concurso

Durante o Café da Manhã também foi anunciada a realização de um concurso de ilustrações sobre a Lei Maria da Penha. Os trabalhos vencedores ilustrarão publicações em torno dos direitos das mulheres.

Além das parlamentares citadas, estiveram presentes a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) e as deputadas Creuza Pereira (PSB-PE), Flávia Morais (PDT-GO), Polyana Gama (PPS-SP), Yeda Crusius (PSDB-RS), Conceição Sampaio (PP-AM) e Luana Costa (PSB-MA).