Polícia Federal nega à ProMul ter havido maus-tratos a mulheres ou a demais apreendidos

12/01/2023 22h00

Por determinação da senadora Leila Barros, procuradora Especial da Mulher do Senado, a ProMul foi à Polícia Federal, nessa quarta-feira (11), averiguar a situação das mulheres que participaram das manifestações golpistas do último domingo e estão sob custódia. Apesar de não ter sido permitido o acesso ao local onde estão as detentas, o delegado Rodrigo de Souza Carvalho e o assessor de comunicação Fagner Fagundes dos Santos informaram que é inverídica a afirmação de que elas teriam sofrido maus-tratos.

Rodrigo e Fagner explicaram que o acesso ao local só poderia ser feito com autorização do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Porém, eles reproduziram relatos de órgãos como OAB, Secretaria dos Direitos Humanos, Defensoria do DF e MP que estiveram presentes fiscalizando as ações.

De acordo com relato das entidades, mais de 400 mulheres - entre as 1.800 pessoas apreendidas no acampamento em frente ao QG do Exército - foram encaminhadas para a penitenciária da Colmeia, enquanto cerca de 800 homens foram levados para a Papuda, a penitenciária masculina do Distrito Federal. A Polícia Federal negou a veracidade de denúncias, veiculadas em redes sociais, segundo as quais as pessoas presas no acampamento que ficava em frente ao Quartel General do Exército poderiam estar sendo vítimas de maus-tratos.

Segundo o delegado e o assessor de comunicação, houve preocupação em aportar alimentação e atendimento médico e também em assegurar o atendimento jurídico. A Polícia Federal priorizou a saída e liberação de gestantes, de menores de idade e de idosos/as. As demais pessoas apreendidas se agruparam no ginásio destinado a elas e até mesmo no espaço externo, onde puderam armar barracas. De acordo com o relato, não houve episódio de atrito entre agentes e apreendidos/as e nem entre as pessoas presas.

De acordo com a informação que foi dada à Procuradoria da Mulher do Senado, nos depoimentos das pessoas apreendidas, não houve referência à participação de infiltrados/as nos atos cometidos e algumas pessoas disseram ter vindo a Brasília na condição de contratados/as para realizar serviços no acampamento, como montar barracas. A ProMul tem entre suas atribuições “zelar pela defesa dos direitos da mulher, além de receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes as denúncias de violência e discriminação contra a mulher”.

Polícia Federal nega à ProMul ter havido maus-tratos a mulheres ou a demais apreendidos