Nota de Repúdio à matéria da IstoÉ intitulada “As Expressões Nervosas da Presidente”

As senadoras que subscrevem a presente, irresignadas com a matéria de capa da Revista IstoÉ, edição de 1º de abril de 2016, intitulada “As Expressões Nervosas da Presidente”, vêm a público manifestar o seu total repúdio ao periódico que lança à pessoa da presidenta Dilma Rousseff adjetivos que desqualificam a sua condição de mulher.
08/04/2016 10h12

As senadoras que subscrevem a presente, irresignadas com a matéria de capa da Revista IstoÉ, edição de 1º de abril de 2016, intitulada “As Expressões Nervosas da Presidente”, vêm a público manifestar o seu total repúdio ao periódico que lança à pessoa da presidenta Dilma Rousseff adjetivos que desqualificam a sua condição de mulher.

O que está expresso na referida matéria, além de agressivo, pejorativo e misógino é o que se pode classificar de jornalismo de baixo nível e de nenhuma qualidade, que atinge e fere os mais básicos princípios universais dos direitos humanos, como a igualdade, o respeito e a dignidade, princípios amplamente assegurados na Constituição brasileira.

A publicação reforça estereótipos machistas nos quais mulheres são descontroladas emocionalmente e, por isso, inadequadas ao exercício do poder político. Este é mais um caso de Gaslighting, que é uma forma de machismo cruel, podendo ser descrita como violência emocional que se dá por meio de manipulação psicológica e leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz.

Um veículo de comunicação semanal que prega a intolerância, a agressão e a discriminação promove um grande desserviço à sociedade e incentiva o ódio de forma irresponsável, agindo de maneira criminosa.

Nós, parlamentares, nos colocamos ao lado da metade feminina da população brasileira em defesa da mulher que dirige o país com altivez e coragem, afirmando a necessidade de reagir, denunciar e não aceitar esse tipo de ação fascista. As mulheres dizem à IstoÉ que IstoÉ Machismo!

Defensoras que somos da igualdade plena entre homens e mulheres e do enfrentamento à violência contra as cidadãs, e ainda engajadas na luta em favor do empoderamento da mulher, tornamos público o nosso repúdio a esse inaceitável episódio de violência contra a presidenta, eleita democraticamente e no exercício legítimo do mandato, conclamando a sociedade brasileira a refutar essa injusta e imoral agressão.