Mulheres do Brasil e Senado lançam Cartilha

Nesta 5ª feira, 9 de agosto, o grupo Mulheres do Brasil, em parceria com o Senado Federal e a Procuradoria Especial da Mulher, reuniu um público de 200 lideranças femininas para o lançamento da cartilha Caminhos – Violência Contra a Mulher, com 34 páginas de endereços da rede de atendimento à mulher em situação de violência e, também, do selo comemorativo de um anos de existência da seção brasiliense das Mulheres do Brasil.
10/08/2018 10h23

Nesta 5ª feira, 9 de agosto, o grupo Mulheres do Brasil, em parceria com o Senado Federal e a Procuradoria Especial da Mulher, reuniu um público de 200 lideranças femininas para o lançamento da cartilha Caminhos – Violência Contra a Mulher, com 34 páginas de endereços da rede de atendimento à mulher em situação de violência e, também, do selo comemorativo de um anos de existência da seção brasiliense das Mulheres do Brasil.

Realizado na sede do Laboratório Sabin, o evento contou com apresentação de grupo de violonistas, animação motivacional de Mônica Nóbrega e Jailton Dantas e uma palestra de Oscar Motomura. Integrante do grupo Mulheres do Brasil, a empresária Janete Vaz, à frente do laboratório Sabin juntamente com Sandra, destacou o crescimento do grupo.

“Em 2013, éramos 40 pessoas, hoje somos 16.000 integrantes do Grupo Mulheres do Brasil. Hoje de manhã, quando conversei com a Luiza {do grupo Magazine Luiza} e ela me disse que vamos ser o maior partido político suprapartidário do Brasil”, disse Janete.  Para ela, o sucesso das Mulheres do Brasil em Brasília “se deve muito ao investimento em lideranças e na forma descentralizada que nós adotamos para trabalhar”.

Ilana Trombka, diretora geral do Senado, integrante do comitê de enfrentamento à violência, disse que “não podemos viver numa sociedade que finge que o outro não sofre”. Segundo ela, seu avô a aconselhava a gritar “fogo”, não “socorro”, caso precisasse de ajuda. “Não é aceitável que uma mulher grite vinte minutos por socorro e seja atirada pela janela como se fosse uma coisa que pudesse ser descartada”, disse.

Eleições

O palestrante Oscar Motomura abordou o tema O Brasil Integrado – A Ação Necessária. Para ele, as mulheres têm que enfrentar o desafio de mudar o Brasil já nestas eleições. Ele destacou a necessidade de as mulheres – que são 77 milhões de eleitoras diante de 70 milhões de eleitores – colocarem temas relevantes na pauta dos candidatos e fazer uma escolha consciente.

Segundo Motomura, “o excesso de energia yang, de energia masculina, com prejuízo da energia yin, feminina, aumenta a tendência a guerras”. Ele traçou um gráfico da Carta da Terra – mostrando o encadeamento entre “respeito a todas as formas de vida”, integridade ecológica”, “justiça social e econômica” e “cultura da paz e inclusão” –; e delineou as ações necessárias para integrar o Brasil.

Para ele, um elemento de otimismo na possibilidade de mudança social é a capacidade tecnológica de comunicação – e de influência e ação – de cada indivíduo hoje. “Estamos numa era em que o indivíduo, situado em qualquer lugar da hierarquia, pode fazer a diferença. Isso faz que a gente tenha que rever o que consideramos liderança”.

Ética

Com base no conceito de que a ética é a escolha pelo bem comum, ele criticou os comportamentos conformistas – escravos do “impossível” – e a chamada “cegueira voluntária”, fenômeno que ocorre “quando a pessoa tem acesso à verdade, mas decide não olhar para ela”.

Para ele, é imperativo correr o risco de agir. “Os riscos só aparecem na hora da ação”, disse.

Como exemplo de que é possível pedir o impossível, Motomura  deu o exemplo da Estônia, onde um grupo iniciou uma ação bem-sucedida para limpar os resíduos sólidos acumulados nas florestas, em todo o país, em um só dia.

O grupo estimou o que era necessário para mapear os pontos de lixo da floresta, a quantidade de pessoas necessárias para removê-lo, o que era necessário para reuni-la. “Eles precisavam de 40.000 pessoas, terminaram envolvendo 50.000, e mudaram a história do país em cinco horas de trabalho”, disse Motomura