Eleição renova, mas bancada feminina no Senado diminui

08/10/2018 14h30

Sete novos nomes integrarão a bancada feminina do Senado Federal. A eleição trouxe três parlamentares da Câmara dos Deputados para o Senado – as deputadas Mara Gabrilli (PSDB-SP), Eliziane Gama (PPS-MA) e Drª Zenaide Maia (PHS-RN). A juíza Selma Arruda (PSL-MS), a advogada Soraya Thronicke (PSL-MS), a deputada estadual Daniella Ribeiro (PP-PB) e a deputada distrital Leila do Vôlei (PSB-DF) completam o time das novas integrantes da bancada de mulheres senadoras.

A bancada diminuiu de 13 para 12 nomes e, caso a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) seja eleita na disputa de 2º turno pelo governo do Rio Grande do Norte, cairá para 11 representantes. A aposentadoria da senadora Marta Suplicy (Sem partido-SP), a eleição para a Câmara das senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lídice da Mata (PSB-BA), a eleição da senadora Regina Sousa (PT-PI) a vice-governadora, a derrota das senadoras Ângela Portela (PT-RR), Lúcia Vânia (PSB-GO) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) na reeleição e da senadora Ana Amélia (PP-RS), candidata a vice na chapa presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB-SP) contribuíram para a diminuição do número de mulheres no Senado.

Rose de Freitas (PODE-ES), que disputou o governo de seu estado, Kátia Abreu (PDT-TO), vice na chapa presidencial de Ciro Gomes (PDT-CE) retornam ao Senado pois têm mandato até 2023, assim como Simone Tebet (MDB-MS) e Maria do Carmo (DEM-SE) que não disputaram nenhum cargo eletivo na eleição de 2018.

Com o resultado eleitoral, o Mato Grosso do Sul passa a ser o único estado brasileiro a contar com duas senadoras em sua bancada. Já a eleição de Leila do Vôlei deu ao Distrito Federal a primeira senadora de sua história.

De acordo com o Jornal do Senado, a Casa passa pela maior renovação de sua história. Das 54 vagas em disputa este ano, 46 serão ocupadas por novos nomes, uma renovação de mais de 85%. É a menor taxa de reeleição identificada nas cinco eleições em que concorreram dois terços da Casa.

 

Conheça o perfil das novas senadoras, segundo o Jornal do Senado:

Leila do Vôlei (PSB) » Com 467.787 votos (17,76%), o Distrito Federal elegeu sua primeira senadora mulher. Leila do Vôlei assumirá o primeiro mandato eletivo. Leila Gomes de Barros Rêgo é brasiliense, casada, 47 anos. Projetou-se como jogadora de vôlei participou de três Olimpíadas (1992, 1996 e 2000), conquistando medalha de bronze nas duas últimas. Em 2014, concorreu à Câmara Legislativa. Foi secretária de Esportes e Lazer do DF de 2015 a abril de 2018. » Suplentes: Leany Lemos (PSB) e Ivonete Nascimento (PCdoB).

Daniella Ribeiro (PP) » Daniella Velloso Borges Ribeiro nasceu em 1972, em Campina Grande (PB). Recebeu 831.701 votos (24,25%). É filha do ex-deputado federal Enivaldo Ribeiro. É formada em pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e foi professora. Possui pós-graduação em relações internacionais pela Universidade de Brasília. Em 2008, foi eleita vereadora em Campina Grande. Está em seu segundo mandato de deputada estadual pelo Partido Progressista (PP). » Suplentes: Diego Tavares (PV) e Nailde Panta (PP).

Eliziane Gama (PPS) » Eliziane Pereira Gama Melo alcançou 27% dos votos. Nasceu em Monção (MA), tem 41 anos e é formada em jornalismo. Em 2014 foi eleita para o primeiro mandato de deputada federal. Antes, foi eleita deputada estadual por dois mandatos consecutivos, entre 2007 e 2015. Na Assembleia Legislativa maranhense, presidiu três comissões (Meio Ambiente, Direitos Humanos e Infância, Juventude e Idoso) e comandou uma CPI de combate à pedofilia. » Suplentes: Pedro Fernandes (PTB) e Bene Camacho (PTB).

Juíza Selma Arruda (PSL) » Selma Rosane Santos Arruda tem 55 anos, é natural de Camaquã (RS) e juíza aposentada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ontem obteve 678.542 votos (24,65%). No comando da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, esteve à frente das operações que resultaram na prisão de políticos. Também trabalhou como advogada. Durante a campanha, defendeu o porte de arma ao "cidadão de bem" e afirmou ser contrária ao aborto. » Suplentes: Beto Possamai (PSL) e Clerie Fabiana (PSL).

Mara Gabrilli (PSDB) »Mara Gabrilli, 50 anos, obteve 6.513.282 votos (18,59%). É publicitária, psicóloga, foi secretária da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de São Paulo, vereadora na Câmara Municipal de São Paulo e é deputada federal pelo PSDB. Empreendedora social, fundou em 1997 o Instituto Mara Gabrilli, ONG que fomenta pesquisas científicas para cura de paralisias, apoia a atletas do esporte paralímpico e orienta pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. » Suplentes: Alfredo Cotait Neto (PSD) e Ivani Boscolo (PSD).

Soraya Thronicke (PSL) » Soraya Vieira Thronicke, 45 anos, recebeu 373.712 votos (16,19%). Ela é natural de Dourados (MS), advogada e empresária. Sócia de um escritório de advocacia, atua em questões ligadas a agronegócio, direito empresarial e direito de família, representando mulheres, crianças e adolescentes em situação de risco. Patrocinou ações judiciais como a ação popular contra a JBS, os irmãos Batista e o estado de Mato Grosso do Sul. » Suplentes: Rodolfo Nogueira (PSL) e Danny Fabricio (PSL).

Drª Zenaide Maia (PHS) » Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos tem 61 anos e é natural de Brejo do Cruz, na Paraíba. Obteve 660.315 votos (22,69%). Médica, foi duas vezes secretária de Saúde do município potiguar de São Gonçalo do Amarante. Em 2014, foi eleita deputada federal e votou contra o impeachment de Dilma Rousseff, a PEC do Teto dos Gastos, o projeto que flexibiliza a terceirização no serviço público e a reforma trabalhista. Também se posicionou contra a reforma da Previdência. » Suplentes: Júnior Souto (PT) e Pastor Manoel Roberto (PHS).